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Ex-segurança da Kiss relembra "o filme de terror" causado pelo incêndio
Criado em 25/01/14 13h35
e atualizado em 27/01/14 08h52
Por Danyele Soares
Fonte:Radiojornalismo/EBC
Grande parte dos moradores de Santa Maria (RS) ainda chora a morte das 242 pessoas, passado um ano da tragédia da Boate Kiss. Ao caminhar pela cidade é possível perceber a dor, em homenagens pelas ruas e no silêncio de muitos ao se perguntar sobre aquela madrugada de 27 de janeiro de 2013.
Ouça aúdio da Radioagência Nacional sobre sobre a rotina em Santa Maria após a tragédia da boate Kiss:
Segundo os sobreviventes, mais que no corpo, as cicatrizes marcam o lado psicológico de cada um. Rodrigo Moura, que trabalhava como segurança de palco na casa noturna, é uma dessas pessoas. Chamado de herói, o rapaz ajudou a quebrar a parede do banheiro da boate e participou da reconstituição feita pela Polícia Civil.
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Quando o fogo começou, Moura estava ao lado do palco e pegou o extintor para tentar apagar, mas a ferramenta não funcionou. "Foi um filme de terror. Cada passo que eu dava era uma mão me segurando. Ninguém tem noção do que foi aquilo. Quando entrei para fazer a reconstituição, vi corpos empilhados e senti cheiro de sangue, porque tinha muita gente pisoteada, cortada."
Ouça aúdio da Radioagência Nacional sobre o que mudou nas regras de segurança das casas de show após a tragédia da boate Kiss:
O rapaz conta que a roupa o ajudou a se salvar. Ele vestia uma camisa social branca e uma gravata, que molhou com água e colocou sobre o nariz para conseguir sair da boate. Mas, por ter ajudado a retirar vítimas do local, pouco tempo após a tragédia o segurança foi internado por 20 dias devido a inalação da fumaça. Hoje, a vida do jovem é marcada pelo incêndio.
"Não tem como esquecer. Às vezes, fecho os olhos e me lembro do horror. Tento olhar para a frente, mas a ferida ainda está aberta. Meses depois fui a uma boate em Salvador, mas não consegui me divertir. Fiquei perto da porta e passava um filme na minha cabeça", relatou o ex-segurança da Kiss.
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