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A terceira etapa do julgamento do Massacre do Carandiru teve início nesta segunda-feira (17) no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.

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Sentença do Massacre do Carandiru deve sair nesta quarta

Criado em 01/04/14 20h46 e atualizado em 01/04/14 21h37
Por Elaine Patrícia Cruz Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A terceira e última etapa do julgamento do Massacre do Carandiru prossegue amanhã (2), a partir das 09h, com a fase de réplicas dos promotores Márcio Friggi de Carvalho e Eduardo Olavo Canto Neto e a tréplica do advogado Celso Vendramini, que defende os 15 policiais do Comando de Operações Especiais (COE), acusados pela morte de quatro detentos que ocupavam o quarto pavimento (terceiro andar) do Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção do Carandiru. Os promotores e o advogado terão duas horas cada um para defenderem seus argumentos sobre o caso.

Após essa etapa, os sete jurados que compõem o Conselho de Sentença decidirão se absolvem ou condenam os policiais pelas mortes dos detentos. A expectativa é que a sentença saia amanhã à noite.

Por envolver grande número de réus e de vítimas, o julgamento foi desmembrado em quatro etapas, de acordo com o que aconteceu em cada um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção. O julgamento atual se refere à terceira etapa, e está atrasada porque teve uma sessão anulada, em fevereiro, o que permitiu que a quarta etapa do julgamento tenha sido definida na frente.

Inicialmente, os 15 policiais eram acusados pela morte de oito detentos e pela tentativa de homicídio de outros dois. No entanto, durante debate realizado hoje (1º), os promotores decidiram pedir a absolvição dos policiais pelas tentativas e também por quatro das oito mortes, alegando que elas foram provocadas por armas brancas, o que implicaria em dúvida sobre a autoria, já que tanto presos quanto policiais possuiam armas brancas.

“As declarações das vítimas sobreviventes realmente foram confusas. Além disso, essas vítimas não compareceram ao julgamento. Se uma pessoa sobrevive a uma tentativa de homicídio, o seu julgador quer ouvir a versão. Como as pessoas não compareceram, ficamos em uma situação bastante difícil”, disse o promotor Canto Neto a jornalistas, após o final dos trabalhos de hoje.

Já com relação a ter pedido a absolvição dos policiais pelas mortes por armas brancas, embora sabendo que os policiais do COE também portavam armas brancas quando entraram no Carandiru, Canto Neto esclareceu: “Os presos efetivamente possuíam muitas armas brancas. E sabemos que existem acertos de contas entre os presos. No mínimo, o que surge no caso é uma dúvida: se o preso foi atingido por um outro preso, que portava uma arma branca, ou por um policial com arma branca. Em caso de dúvida, pedimos a absolvição”.

O advogado Celso Vendramini, que defende os policiais, disse acreditar na absolvição dos réus, principalmente porque não se é possível individualizar as condutas, dizendo qual policial foi responsável pela morte de qual detento. “Gostaria muito que eles fossem absolvidos para que realmente ficasse comprovado que um processo precisa ser muito bem elaborado para se colocar alguém na cadeia. Não se coloca alguém na cadeia aleatoriamente, mesmo que ele possa ser um possível culpado. É preciso ter certeza para se prender alguém. É como diz o velho ditado: é preferível um culpado solto que um inocente preso”, disse o advogado.

O advogado comentou sobre o fato de muitos dos policiais, durante o interrogatório de ontem (31), terem ignorado sua orientação de não responderem às perguntas feitas pelos promotores e terem decidido falar. “Eu não orientei eles. Não oriento réus a mentirem. Pedi para eles não responderem às perguntas do Ministério Público e nem da defesa para agilizarmos o interrogatório, que iria demorar muito. Mas houve réus que quiseram responder às perguntas do Ministério Público e não houve problema algum: eles foram autênticos”, falou o advogado.

Para o advogado, o fato de os promotores terem pedido a absolvição dos policiais em quatro das oito mortes de detentos e também pelas duas tentativas de homicídio pode ter sido uma tática. “Às vezes o Ministério Público quer passar uma imagem de justiça. Mas acho incrível você acusar uma pessoa por 22 anos e depois, no último dia, dizer que eles não são culpados por esse crime. Isso causa estranheza”.

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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