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Militares brasileiros começam a deixar o Haiti

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Tropas da ONU no Haiti devem se retirar logo, diz pesquisador

Criado em 29/05/14 15h44 e atualizado em 29/05/14 19h34
Por Isabela Vieira Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

O Haiti só consolidará suas instituições políticas e normatizará a democracia, politicamente, depois da saída da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti), disse o pesquisador haitiano Franck Seguy, hoje (29), quando se comemora o Dia Internacional dos Trabalhadores das Forças de Paz. Segundo Seguy, a missão da ONU, comandada pelo Brasil desde o início, em 2004, e conta com contingente de 5,2 mil militares, deve se retirar do país rapidamente.

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De acordo com ele - que está no Brasil desde que terminou seu doutorado, em março, na Unicamp - o caráter da missão, que era humanitária, mudou ao longo dos dez anos.“Quando a missão chegou, o povo a recebeu com alegria. O Brasil não tinha um passado com os Estados Unidos, de dominação, em 2004”, afirmou. Porém, hoje avalia que a Minustah, de maneira geral, e o Exército brasileiro atuam na repressão a movimentos populares.

“Em 2008 teve muita repressão das lutas contra o encarecimento da cesta básica. Em 2009 também, porque na época o movimento operário revindicava reajuste do salário mínimo, de menos de R$ 20. Então, a repressão, em Porto Príncipe (capital, sede da Minustah), principalmente, das tropas brasileiras, deixou claro que a tentativa de missão de paz, humanitária, de 2004, não presta mais”, completou.

No último dia 21, o senador haitiano Jean Charles Moise também apresentou ao Parlamento brasileiro denúncia contra a Minustah. No Senado Federal, em Brasília, pediu apoio para a retirada das tropas, recomendada em resolução pelo Parlamento haitiano.  “Cada vez que o povo se mobiliza contra a corrupção, a má governança e a fraude, a Minustah é usada para reprimir a população. O Haiti deve ser um país livre, e a presença da Minustah ataca a soberania do país”, declarou Jean Charles, de acordo com a Agência Senado.

A atuação das forças militares de paz da ONU, conhecidas como capacetes azuis, são baseadas em protocolos internacionais e determinadas pelo Conselho de Segurança. O órgão designa a coordenação da missão a um país-membro - no caso do Haiti, o Brasil. “[A saída do Haiti] está fora do nosso nível de decisão, é do Conselho de Segurança. Trabalharemos até quando as autoridades considerarem necessário”, declarou o coronel Salomão Pereira, chefe do Escritório de Comunicação Social da tropa brasileira naquele país. Ele deu a declaração hoje, durante apresentação da missão a jornalistas, transmitida pelo Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio).

O capitão Márcio Rodrigo Ribas, que integrou a Minustah, em 2004, e voltou recentemente ao Haiti - onde atua, na Cité Soleil, maior favela de Porto Príncipe - disse que o relacionamento com os haitianos é excelente: “Temos boa aceitação, até pela característica do povo brasileiro, de estar próximo, de ficar com a crianças”. O major Osmarildo de Souza, que coordena obras de engenharia, como terraplenagem de ruas, reformas e construções emergenciais, também expressa percepção semelhante.

 

Editor: Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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