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No início da semana, ANS suspendeu vendas de 212 planos de saúde de 21 operadoras

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Planos de saúde e governo contestam pesquisa sobre saúde no Brasil

Criado em 21/08/14 19h53 e atualizado em 21/08/14 20h31
Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição:Carolina Pimentel Fonte:Agência Brasil

Os resultados da pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), sobre a saúde no país foram questionados pelo governo e representantes da saúde privada.  Divulgado na última terça-feira (19), o estudo aponta que os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são considerados regulares, ruins ou péssimos por 93% da população. De acordo com a pesquisa, 60% dos entrevistados deram nota de 0 a 4 para a saúde (pública e privada); 32%, nota de 5 a 7; 7%, nota de 8 a 10; e 0,4% responderam que não sabem.

Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as principais operadoras de saúde do país, considera que o resultado da pesquisa contraria o cenário apontado por indicadores do próprio órgão regulador do mercado e do Procon-SP.

“Segundo a última edição da publicação Foco – Saúde Suplementar, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em março de 2014, o índice de reclamações dos beneficiários caiu pelo quinto mês consecutivo, para os conjuntos de operadoras de pequeno, médio e grande porte. Entre as dez áreas monitoradas pelo Procon-SP, os planos de saúde ocupam, ano após ano, as posições 7º, 9º, 8º e 7º no ranking de queixas, de 2010 a 2013. As operadoras de planos de saúde estão empenhadas em corrigir eventuais imperfeições no atendimento e os indicadores mostram essa determinação”.

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Procurada pela reportagem, a ANS, agência que regula os planos de saúde, informou que não vai comentar os resultados da pesquisa porque não há um recorte que trate especificamente da saúde privada no país. A pesquisa do CFM tinha o objetivo de  "conhecer a percepção e as opiniões da população brasileira com idade acima de 16 anos sobre a saúde no país, com foco especial no atendimento oferecido pelo SUS [Sistema Único de Saúde]".

Já o Ministério da Saúde divulgou ontem (20) uma nota de repúdio ao estudo, argumentando que o levantamento foi feito de maneira tendenciosa e distorcida e se referindo aos dados como um desserviço ao SUS. “A atitude desrespeita e denigre o esforço de milhões de gestores e profissionais que atuam na rede pública e privada de saúde, como os próprios médicos. A pesquisa, se analisada com seriedade, poderia trazer contribuições para o aperfeiçoamento do sistema de saúde brasileiro, nas suas esferas público e privada.”

Para a pasta, o conselho induz a opinião pública ao erro quando afirma que 93% da população atribuíram uma nota negativa ao sistema de saúde (público e privado) no país, já que a pesquisa mostra que 74% dos entrevistados deram notas superiores a 5 para os serviços ofertados pelo SUS. De acordo com a pesquisa, dos entrevistados que usaram um serviço da rede pública, 26% deram nota de 0 a 4 sobre a qualidade dos serviços; 44%, nota de 5 a7; 30%, nota de 8 a10; e 1% não sabem.

“Não há dúvida que, ao apontar que 96,7% dos entrevistados tiveram acesso aos serviços de saúde, a pesquisa permite dizer que União, estados, municípios, prestadores de serviço complementar e parceiros estão no caminho certo para a garantia do direito constitucional à saúde”.

O CFM, por sua vez, divulgou uma nota de esclarecimento onde ressalta que os resultados da pesquisa expressam a percepção dos brasileiros sobre o tema e que os dados foram coletados e analisados por uma das instituições mais reconhecidas do país.

“As conclusões foram organizadas metodologicamente pelos pesquisadores do Datafolha, que fizeram a análise dos resultados com autonomia, isenção e idoneidade, cabendo ao CFM apenas sua divulgação. Para o CFM, a efetiva e real construção do Sistema Único de Saúde (SUS) passa pela transparência e pelo respeito à percepção e às necessidades dos cidadãos, as quais devem pautar as políticas públicas e as decisões dos gestores nas três esferas – União, Estados e Municípios”.

O conselho acrescentou que repudia ataques à instituição, que representa 400 mil médicos e participou do processo de construção do SUS com outorga legal para agir em defesa da medicina e da assistência de qualidade. “Ao revelar os dados da pesquisa, o CFM agiu imbuído do seu senso de responsabilidade e apresentou ao conhecimento público a percepção dos brasileiros, que, como reiterado, diariamente demonstram sua insatisfação com os rumos da saúde do país”, concluiu.

Editor Carolina Pimentel

Creative Commons - CC BY 3.0

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