one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Monumento a Zumbi dos Palmares na Praça Onze, Rio de Janeiro (RJ)

Imagem:

Compartilhar:

Rio: atividades no Monumento Zumbi dos Palmares marcam Dia da Consciência Negra

Criado em 20/11/14 14h17
Por Isabela Vieira Edição:Talita Cavalcante Fonte:Agência Brasil

Centenas de pessoas participam hoje (20) de uma seria de atividades no Monumento a Zumbi, na capital fluminense. Desde cedo, afoxés, shows de música e roda de capoeira movimentam o local. Todos os anos, é feita a lavagem do monumento a Zumbi, que simboliza o herói da resistência à escravidão. Mais da metade da população fluminense – 51,7% – se autodeclara preta ou parda (negros), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Leia mais notícias:

Políticas afirmativas ampliaram acesso ao trabalho, mas racismo permanece

De acordo com o babalawo Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, o resultado positivo da festa simboliza sucesso do povo negro no Brasil, ao colocar Zumbi no devido posto: de herói nacional.

"Zumbi não era nem conhecido do grande público. E o movimento negro há algumas décadas escolheu o dia 20 como Dia Nacional da Consciência Negra, em oposição ao 13 de maio [Dia da Abolição da Escravatura]. Por muitos anos, celebramos quase que solitariamente e jamais pensamos em ver essa data celebrada em todo o país", disse Ivanir. Ele defende que a data de hoje seja feriado em todo o país, o que não é realidade ainda. O babalawo destacou que e o 13 de Maio representa uma " abolição incompleta". "Estamos tendo que completar a obra", declarou.

Essa é a mesma avaliação do superintendente de Igualdade Racial do estado do Rio, Rogério Gomes. "O 13 de Maio foi uma abolição falsa. No dia 14 estávamos abandonados e largados à própria sorte." Como exemplo desse processo, ele lembrou que comunidades quilombolas não têm acesso a saneamento básico. "A população negra acabou em moradias precárias, em favelas, e os jovens pretos e pardos são as maiores vítimas de violência."

Ao participar das festa, o mestre de capoeira Roberto Carlos Silva, o mestre Robert, que dá aula na zona norte, disse que o trabalho em favor da consciência negra ajudou a tirar a capoeira da "marginalização". Ele lembrou que a prática, considerada crime no passado, hoje é símbolo de resistência e atrai adeptos. "Uma coisa interessante de ver é como a capoeira tem atraído mais e mais mulheres. Daqui a pouco será um esporte feminino", brincou ele, praticante há mais de 20 anos.

Empreendedores negros organizaram uma pequena feira no local. Estão à venda roupas africanas, camisas com referência a heróis nacionais negros, como Zumbi e Dandara (guerreira do período colonial), além de peças religiosas, material de decoração e ornamentos.

Apesar da ausência de banheiros químicos, criticado pelos presentes, a programação segue até o início da tarde. Depois, as comemorações migram para a zona portuária onde desembarcaram cerca de 1 milhão de africanos escravizados, especialmente crianças e jovens. No local,  próximo ao Cais do Valongo, se apresenta o afoxé Filhos de Ghandi.

Pela primeira vez, chega à zona oeste da cidade a Feira das Yabás de Oswaldo Cruz, tradicional da zona norte da cidade. Haverá roda de samba e venda de pratos brasileiros de origem africana como o bobó de camarão e a feijoada.

Editora: Talita Cavalcante

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário