one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Entrevista histórica e inédita de Rubens Paiva convoca jovens a resistir à ditadura

Imagem:

Compartilhar:

Rubens Paiva ganha busto em estação de metrô do Rio que leva seu nome

Criado em 12/12/14 17h29
Por Flavia Villela - Repórter da Agência Brasil* Edição:Davi Oliveira Fonte:Agência Brasil

O ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, assassinado por militares na ditadura e cujo corpo continua desaparecido, foi homenageado hoje (12) no Rio de Janeiro com a inauguração de um busto na estação de metrô de mesmo nome do engenheiro, na zona norte da capital fluminense. Outro busto foi inaugurado em outubro, na praça em frente ao quartel do 1º Batalhão de Polícia do Exército, onde funcionava o antigo Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Tijuca, zona norte, onde ele foi torturado e morto, após ser detido em casa para depor.

Próximo à estação há um conjunto habitacional construído por Rubens Paiva. “Muita gente não sabe, mas ele era um engenheiro dos bons”, comentou o diretor do Sindicato dos Engenheiros, responsável pela homenagem, Marco Antônio Barbosa. Ele contou que os bustos e as exposições itinerantes sobre Rubens Paiva são iniciativas de regate da memória nacional, para que a população não esqueça das atrocidades do período da ditadura e de suas vítimas.

Leia também:

CNV: relembre 15 momentos marcantes

“Queremos resgatar essa história, recontar a história do sacrifício que algumas pessoas fizeram pelo nacionalismo brasileiro. Rubens Paiva morreu por causa disso”, contou. “A juventude daqui, para frente, precisa entender o que aconteceu, ter mais conteúdo sobre isso. Porque essas manifestações defendendo a volta da ditadura são absurdas. Essa história precisa ser contada e recontada quantas vezes forem necessárias”, comentou.

Para uma das filhas de Rubens Paiva, Vera Paiva, é emocionante que a iniciativa ocorra na mesma semana de divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade e de celebração do Dia Internacional de Direitos Humanos. Ela comemorou a ideia de aprofundar a história do pai em um bairro que leva seu nome. “Ele tinha muito orgulho do trabalho que ele fez aqui. Trazia a gente para ver a construção, mostrava como as casas eram boas e como o povo brasileiro merecia moradia decente. É importante que as pessoas que frequentam essa estação conheçam mais em detalhes quem foi Rubens Paiva”, declarou.

Vera ressaltou que o período da ditadura precisa ser cotidianamente relembrado e combatido para evitar que violações de direitos humanos continuem a ser cometidas por agentes do Estado. “O relatório [da Comissão Nacional da Verdade] é uma base para continuarmos a construir relatórios sobre casos que hoje em dia continuam acontecendo, de mortos, desaparecidos, presos arbitrariamente, o que afeta principalmente os mais pobre e negros”, declarou. “Isto foi produzido ao longo da ditadura e os militares nunca reconheceram que estava errado. E 50 anos depois, estamos fazendo a mesma coisa. Se mantivermos a impunidade desse tipo de ação, nosso modo de fazer justiça continuará injusto”. 

*Colaborou Joana Moscatelli, repórter da Rádio Nacional

Editor Davi Oliveira

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário