one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Dinheiro

Imagem: Marcos Santos / USP Imagens / Creative Commons

Compartilhar:

Entenda o que é meta fiscal, que teve redução aprovada no Congresso

Criado em 25/05/16 14h40 e atualizado em 25/05/16 14h40
Por Portal EBC

O Congresso Nacional aprovou, na madrugada desta quarta-feira (25), a revisão da meta fiscal do governo para o ano de 2016. O texto autoriza o governo federal a fechar o ano com um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões nas contas públicas. A proposta foi entregue na tarde de terça-feira, pelo presidente interino Michel Temer, ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com a equipe econômica da gestão interina, o déficit calculado ultrapassa em mais de R$ 70 bilhões o valor projetado pelo governo Dilma Rousseff, atualmente afastada, que estava na casa de R$ 96,7 bilhões.

O que é a meta fiscal

Mas, afinal, o que todos esses números significam? A meta fiscal é a economia que o governo promete fazer para manter a dívida pública sob controle e efetuar o seu pagamento. Essa meta é resultado da expectativa de receita arrecadada subtraída a expectativa de gastos dentro do ano. Ou seja, é tudo que o governo ganha menos o que o governo gasta dentro do ano. 

Se o resultado for um saldo positivo, é caracterizado um superávit. Se o resultado for negativo, trata-se de um déficit. Normalmente, a meta fiscal é definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que também é proposta pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional. Porém, neste ano a meta acabou sendo revista nesta quarta-feira (25). 

Para o economista e presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Júlio Miragaya, a revisão nada mais é do que o governo assumindo que o déficit é maior do que o previsto até então. "Trata-se do governo assumindo uma realidade em que a projeção de receitas foi frustrada. Trata-se, também, de uma forma de justificar medidas mais duras na economia", afirma Miragaya.  

Ele também aponta que hoje a situação é mais grave. "No passado, o Brasil apresentava um superávit primário [resultado das receitas e gastos] que acabava transformando-se em um déficit nominal após descontos dos juros da dívida. Atualmente, nós já partimos de um défict primário mesmo sem os gastos com a dívida pública", avalia. Em 2015, as despesas com juros da dívida pública no Brasil somaram R$ 367,67 bilhões.

O que acontece se a meta fiscal não for cumprida

O governo interino justificou o resultado da nova meta alegando dificuldades diante da crise econômica e queda nas receitas com um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,8%. Também contribuiu o fato de que, caso a meta não fosse revista até o dia 30 de maio, o governo ficaria “paralisado”, uma vez que, na prática, teria que cortar mais despesas para cumprir a meta enviada por Dilma.

Sem a permissão do Congresso para fechar o ano com déficit, o Executivo seria levado a cortar várias despesas não obrigatórias. Isso afetaria investimentos já que o governo não pode desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se a meta corre qualquer risco, o Executivo deve promover bloqueios preventivos de gastos. Tal situação também pode levar ao aumento dos impostos.  

Tags:  meta fiscal
Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário