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Estudantes chilenos estendem bandeira na Praça da Constituição, exigindo educação pública e de qualidade no Chile

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Estudantes preparam mobilização no Chile

Criado em 26/09/12 20h35 e atualizado em 26/09/12 21h01
Por EBC Fonte:Prensa Latina

Estudantes estendem bandeira em frente à sede do governo no Chile
Estudantes estendem faixa em frente à sede do governo do Chile nesta quarta-feira (Foto: Fech)

Santiago (Prensa Latina) As mobilizações estudantis que desde ano passado sacodem o Chile em ritmo de terremoto social pretendem, entre outras exigências, abolir o lucro sobre a educação. Essa demanda será uma vez mais motivo inspirador da grande marcha nacional prevista para esta quinta-feira (27), chamada pelos estudantes chilenos de 27s, em referência aos protestos que ocorrem em Madri.

Poucos dias antes de vencer o prazo para que o governo apresente seu projeto de orçamento para 2013,  alunos de diferentes níveis de ensino, professores e os cidadãos no general se preparam para ocupar as ruas de Santiago, capital do país.

As atençõies estão voltadas para como esses fundos públicos serão aplicados no sistema educativo que, na opinião do presidente da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Gabriel Boric, é um cenário de fraude.

Em entrevista a Prensa Latina, o líder estudantil considerou que é a educação o espaço no qual se formam as comunidades e se constrói a sociedade que se deseja ter, mas que em seu país tudo isso se converte em um grande negócio.

"Trata-se de que uns poucos empresários enchem os bolsos com os sonhos de milhares de famílias, precarizando a educação e, ao final do dia, fazendo deste espaço que deveria ser inclusivo, uma grande fraude à maioria dos chilenos mais pobres", afirmou o graduado em direito.

Boric, quem em dezembro de 2011 ganhou as eleições internas da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, depois de competir com a lider estudantil Camila Vallejo, assegurou que os jovens continuarão combatendo o lucro em todas suas frentes, tanto na educação escolar, como na universitária e técnica.

"A verdade é que para nós o lucro é inaceitável", enfatizou o presidente da Confech, organização que reúne mais de 30 universidades no Chile, estatais e privadas.
O dirigente estudantil discordou do argumento apresentado pelo governo para não promover uma educação pública gratuita, que de acordo com as autoridades beneficiaria mais os setores melhor posicionados economicamente, já que seus filhos desfrutariam de escolas sem custo algum.

"É falso esse argumento do governo de que não promove uma educação pública gratuita porque beneficia os setores de maior renda, é um simples entendimento econômico do processo educativo", considerou o líder estudantil.
Em sua opinião, a educação deveria ser um espaço de integração social, de formação de cidadãos, na qual a democracia é fortalecida, e para isso é necessário que seja igual para todos.

"Os mais ricos no Chile são menos de 10% da população, todo o resto está endividado, todo o resto está sofrendo as consequências de um sistema de mercado, e portanto vamos insistir na educação gratuita", precisou Boric.
O dirigente disse estar consciente de que isso não será possível a curto prazo, mas o desafio permanece como um horizonte pelo qual lutarão agora e nos próximos anos.

Desde grandes mobilizações em 2011, os estudantes chilenos exigem uma profunda reforma no sistema educativo, herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), regime que reduziu a menos da metade as instituições públicas de educação e incentivou os colégios privados.

Com essa fórmula, as reformas de Pinochet estabeleceram no Chile um dos sistemas educativos mais desiguais e caros do mundo, segundo um ditame da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento. A equação Pinochet provocoulevou a que só 40% dos estudantes de secundária no país tivesse enha aula em colégios públicos gratuitos. Tal facilidade segue sendo uma utopia no ensino universitário.

Outros dirigentes estudantis denunciaram inclusive que depois das eleições municipais de outubro próximo e com a implementação do orçamento de 2013, se aproxima uma onda governamental de fechamento massivo de colégios públicos  De acordo com Boric, a agenda estudantil não se esgotará com os debates sobre o orçamento do Estado e seu investimento na educação, pois a briga não se está dando por ajustes e superficialidades, mas por mudanças estruturais no sistema.

Referente às reações violentas dos estudantes em algumas manifestações, reconheceu que se trata de um fenômeno real, que é necessário discutir internamente no movimento estudantil, mas que sem dúvida as forças de direita no país usam isso para tratar de desviar os temas de fundo.

E não somente a direita, a Concertación (agora na oposição) também o fez em seu momento. É um tema real, a violência que se vive nas ruas do Chile se origina na profunda desigualdade que existe. "A violência - explicou - não começa em uma barricada, a violência não começa em um capuz, a violência começa na tremenda desigualdade que temos em nosso país e é a exclusão que vive a maioria de nossos compatriotas", concluiu Boric.

Creative Commons - CC BY 3.0

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