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Sistemas de saúde na África ainda não refletem crescimento econômico do continente

Criado em 19/11/12 15h47 e atualizado em 19/11/12 15h54
Por Agência Lusa

Luanda, 19 nov (Lusa) - O crescimento econômico na África ainda não se reflete no desenvolvimento dos sistemas de saúde africanos, defendeu hoje em Luanda o diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o continente. Durante a abertura dos trabalhos da 62.ª sessão do Comitê Regional Africano da OMS, Luís Gomes Sambo acrescentou que o crescimento econômico oferece novas oportunidades de reformas bem-sucedidas, e reconheceu a contínua melhoria da saúde na África.

Na reunião de Luanda, que termina sexta-feira (23), será debatido o reforço dos sistemas de saúde, o financiamento e a coordenação da investigação e desenvolvimento para a inovação da saúde e o roteiro para o reforço dos recursos humanos. Segundo o angolano Luís Gomes Sambo, a tendência é que a melhoria do estado de saúde das populações africanas continue mas, apesar dos sucessos alcançados, as doenças transmissíveis ainda representam 63% do total de óbitos no continente.

A Aids, as doenças diarreicas, a malária, a tuberculose e as chamadas doenças da infância provocam 88% destas mortes. "Só o HIV/Aids é responsável por 15,6% do total de óbitos. Apesar destes fatos, a região africana registou progressos no domínio da luta contra o vírus da Aids. A cobertura para a redução da transmissão vertical aumentou (da mãe para o bebê), a cobertura de tratamento antirretroviral também aumentou de 100 mil pessoas, em 2003, para 6,2 milhões, em 2011", salientou.

Luís Gomes Sambo defendeu ainda que as reformas no setor da saúde devem incidir sobre os sistemas com menor desempenho, e deu como exemplo as áreas de financiamento, recursos humanos, sistemas de informação sanitária e vigilância epidemiológica, tecnologias de saúde, investigação e inovação. "O financiamento da saúde continua a ser uma preocupação, uma vez que a melhoria do estado de saúde das populações depende dele em grande medida", disse o diretor regional da OMS, salientando que o compromisso assumido pelos chefes de estado e de governo da União Africana, de destinar 15% do orçamento nacional ao setor da saúde, foi apenas alcançado por cinco países.

Outros 24 países, segundo Sambo, conseguiram alcançar o valor de 34,4 euros de despesa de saúde anual por habitante, recomendada pelo Grupo de Trabalho Internacional sobre Financiamento Inovador. De acordo com o representante da OMS, a crise dos recursos humanos para a saúde "perdura e é sem dúvida um dos fatores que fragilizam os sistemas de saúde".
A título de exemplo salientou que África representa mundialmente cerca de 26 % do registro de doenças, e apenas 3% dos profissionais de saúde, o que representa a necessidade de um aumento de 140% do atual efetivo para cobrir o déficit.

Em relação às tecnologias de saúde, Sambo considera que o acesso às vacinas de rotina melhorou consideravelmente, mas há ainda a necessidade de se acelerar a introdução de novas vacinas.
"O acesso das populações a medicamentos de qualidade continua problemático. Alguns países iniciaram ou reforçaram a sua capacidade de produção local de medicamentos e a União Africana concebeu recentemente um plano que visa o reforço da indústria farmacêutica em África", frisou.

A reunião de Luanda é a segunda do Comitê Regional Africano da OMS em Angola. A primeira realizou-se em 1956, em pleno regime colonial, que debateu então nessa 6.ª sessão a saúde materno-infantil, ambiente e saúde, a luta contra a esquitossomose, oncocercose, lepra, febre-amarela, varíola e malária.
Gomes Sambo sublinhou que a resolução da maioria deste problemas evoluiu favoravelmente, tendo alguns deles sido erradicados ou controlados, como a varíola, o controle da febre-amarela, da oncocercose e a melhoria da saúde materno-infantil.

Creative Commons - CC BY 3.0

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