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Corintianos presos em Oruro vivem em condições insalubres, afirma representante do Senado
Criado em 27/03/13 13h52
e atualizado em 27/03/13 14h41
Por Marcos Chagas
Edição:Denise Griesinger
Fonte:Agência Brasil
Brasília – Os 12 torcedores corintianos acusados de participação na morte do torcedor boliviano Kevin Beltran estão detidos em Oruro, em uma prisão insalubre junto com ladrões, traficantes e estupradores. A constatação foi feita pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que retornou hoje (27) da Bolívia, depois de visitar os torcedores.
Kevin Beltran foi atingido por um tiro de sinalizador, que teria partido da torcida corintiana, em fevereiro, durante o jogo entre San José e Corinthians, pela Taça Libertadores da América. Ferraço voltou da viagem com a impressão de que o governo brasileiro – pelos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça – terá que "elevar o tom" [com o governo da Bolívia], sob pena dos torcedores ficarem lá eternamente.
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O presidente da CRE conversou com o embaixador do Brasil no país, Marcel Fortuna Biato, e está convicto de que, por lá, as autoridades brasileiras já chegaram 'ao limite' do que poderiam fazer pelos torcedores do clube paulista. Ricardo Ferraço agendou, para quarta-feira (3), uma audiência para tratar do assunto com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. No dia seguinte, está prevista audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, com o chanceler Antonio Patriota.
De acordo com a assessoria do senador capixaba, o número de brasileiros presos na Bolívia é de aproximadamente 200 pessoas. O padre Rutemarque Crispim, pároco em Brasileia (AC) e responsável pela Pastoral de Direitos Humanos de Assis Brasil, confirmou as declarações de Ferraço.
Segundo Crispim, são comuns os casos de maus tratos a brasileiros em prisões bolivianas. Brasileia faz fronteira com a cidade boliviana de Cobija, onde vários brasileiros estão detidos. “Nós temos muitos relatos de familiares. Informamos às autoridades brasileiras, mas nunca fizeram nada. A maioria está detida por roubo e tráfico”, disse.
O pároco disse também que é comum os brasileiros presos receberem alimentação de familiares para que não passem fome. Brasileia e Cobija são interligadas por duas pontes com livre trânsito de bolivianos e brasileiros.
Edição: Denise Griesinger
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