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Revolução dos Cravos

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Revolução dos Cravos representa liberdade para os portugueses, diz embaixador

Criado em 24/04/14 23h51 e atualizado em 25/04/14 08h26
Por Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição:Graça Adjuto Fonte:Agência Brasil

Revolução dos Cravos
Telles relatou que a revolução e a descolonização foram a oportunidade de o país se democratizar, culminando com a entrada em vigor da Constituição de 1976 (Centro de Documentação 25 de Abril/Creative Commons)

Em 25 de abril de 1974, desabrochava em Portugal a Revolução dos Cravos, ação liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) e que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, criado por António Salazar em 1933. Com a adesão em massa da população, a resistência do regime, enfraquecido militarmente, foi praticamente nula. A população distribuiu cravos vermelhos aos soldados, que os colocaram nos canos de suas espingardas, transformando a flor no símbolo da Revolução de 25 de Abril, como também é chamada.

Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador de Portugal no país, Francisco Ribeiro Telles, que está em Lisboa para as comemorações dos 40 anos da revolução, disse que, para os portugueses, o movimento está fortemente associado à liberdade e à democracia. “Portugal está em festa porque o 25 de abril restituiu a liberdade: de pensar, de escrever, de se reunir e poder se manifestar”.

Telles conta que um dos principais pilares da revolução foi a descolonização das colônias portuguesas na África. “Era patente a insatisfação dos militares com as guerras na África. Estávamos na contramão da história. Outros países da Europa Ocidental já haviam descolonizado”, disse. O atraso na descolonização fez com que Portugal fosse condenado nas instâncias internacionais e se sentisse isolado em sua política externa.

A insatisfação também atingia a sociedade portuguesa. “Na fase final, havia enorme saturação da guerra, transformando-se em problema social. Filhos dos portugueses tinham que ir lutar. Quase metade do orçamento do país era esforço para a guerra”, explica o embaixador. De acordo com dados publicados pela Agência Lusa, as Forças Armadas contabilizavam 243.795 homens em 1974. Durante a chamada Guerra Colonial, entre 1961 e 1974, cerca 117 mil militares combateram anualmente em Angola, na Guiné-Bissau e em Moçambique, com um total de 8.831 mortos e 100 mil feridos.

Nos últimos 40 anos de democracia, esse número diminuiu 85%, caindo para cerca de 35 mil. O embaixador português disse que, na década de 1970, Portugal tinha as Forças Armadas preparadas para a guerra e que a redução do efetivo reflete um “país em paz com sua história” e que não tem necessidade da mobilização da época.

Telles relatou que a revolução e a descolonização foram a oportunidade de o país se democratizar, culminando com a entrada em vigor da Constituição de 1976, no mesmo dia 25 de abril. Ele acredita que, “de certa forma, o que ocorreu em Portugal veio influenciar o que aconteceu no Brasil” anos depois, com o fim da ditadura, e cita a letra de Fado Tropical, música composta por Chico Buarque ainda em 1973, que dizia: “Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal. Ainda vai tornar-se um imenso Portugal”.

Editora - Graça Adjuto

Creative Commons - CC BY 3.0

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