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Edimburgo, Escócia.

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Entenda o referendo sobre a independência da Escócia

Criado em 15/09/14 15h32 e atualizado em 16/09/14 13h11
Por Leandro Melito - Portal EBC*

A independência da Escócia do resto do Reino Unido será decidida nesta quinta-feira (18)  em um referendo cujo resultado as últimas pesquisas dão como incerto. Ao todo, quase 4,3 milhões de residentes no país com idade a partir dos 16 anos, estão registados para responder "sim" ou "não" à pergunta: "A Escócia deve ser um país independente?".

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A última semana de campanha começou com o apoio ao “sim” aparecendo à  frente nas pesquisas, mas o “não” recuperou terrenos nos últimos dias e voltou a liderar por uma pequena diferença, o que torna imprevisível o resultado. 

Na análise feita pelo cientista político John Curtice com base em todas as pesquisas sobre o tema neste ano, publicada no blogue "What Scotland Thinks" (O que pensa a Escócia), a diferença entre os dois campos nunca foi tão pequena. Calculando a média das seis últimas pesquisas, Curtice estima que o "não" tem agora 51% dos potenciais votos e o "sim" 49%.

Independência da Escócia: sim ou não?

Com a aproximação da data de votação, as campanhas "Yes Scotland" [Sim Escócia] e "Better Together" [Melhor Juntos] intensificaram os argumentos.

O primeiro ministro escocês, o nacionalista Alex Salmond, defende a independência da Escócia, com a justificativa de que ela proporcionaria crescimento econômico ao país. Já o primeiro ministro britânico, David Cameron, defende que manter a Escócia como parte do Reino Unido trará benefícios financeiros para a região.

Petróleo

As vastas reservas petrolíferas do mar do Norte sustentam a pretensão dos nacionalistas de fazer da Escócia independente um país próspero economicamente.

Atualmente, as receitas fiscais da exploração petrolífera no Mar do Norte representam, segundo números da BBC, 1,5 % do Produto Interno Bruto (PIB) britânico, o que chegaria a um patamar de 10-20% da economia escocesa no caso de independência.

Um estudo sobre o futuro da indústria petrolífera na região divulgado este mês prevê mais uma centena de descobertas nos próximos anos, o que aponta para viabilidade do negócio a longo-prazo.

O especialista em petróleo Alex Kemp professor da universidade de Aberdeen diz ser "bastante concebível" que a produção petrolífera ao largo da Escócia continue a contribuir para uma economia nacional para "muito para além de 2050".

Já outro especialista, Ian Wood, argumenta  que a falta de confirmação técnica e econômica das alegadas descobertas inviabiliza a estimativa do seu valor, alertando para os riscos de o futuro governo depender destas receitas.

Moeda

A decisão de manter ou não a libra foi uma das questões mais debatidas na campanha para o referendo sobre a independência da Escócia, dividindo nacionalistas, que querem manter a moeda, e o Governo britânico, que recusa.

O ministro das Finanças britânico, George Osborne, negou a possibilidade de uma união monetária no caso de a Escócia se tornar independente. Já o responsável pelos assuntos financeiros do governo regional escocês, John Swinney, aposta na possibilidade de se chegar a um acordo mais tarde.

Segundo o líder do Partido Nacionalista Escocês, Alex Salmond, uma recusa à união monetária levaria a Escócia independente a não assumir parte da dívida nacional britânica. As opções possíveis apontadas por analistas seriam a criação de uma nova moeda, a adesão ao euro ou a utilização da libra sem um acordo formal.

Cinco bancos confirmaram ter planos de transferir operações para Londres caso o voto pela independência ganhe, entre eles o Royal Bank, gigante bancário britânico que está estabelecido na Escócia há quase 300 anos (desde 1727) e tem a sede social em Edimburgo. 

Proposta

Com a possibilidade de vitória do sim, o antigo primeiro-ministro britânico Gordon Brow apresentou uma proposta que deve garantir  maior autonomia política e fiscal para Edimburgo. Independente do resultado do referendo, até janeiro do próximo ano devem ser definidos mais poderes em termos fiscais e sociais para a Escócia, que serão aprovados após as eleições legislativas de maio de 2015.

A proposta promete maior autonomia política e fiscal para Edimburgo, com maior poder de decisão em relação aos impostos sobre o rendimento e os subsídios de habitação, políticas de emprego, saúde, transportes e apoio econômico, além de uma lei para proteger a autonomia de Holyrood, onde está sediado o parlamento escocês.

O dirigente dos nacionalistas, Blair Jenkins, qualificou a proposta de "medida de pânico" por ter sido feita após uma sondagem que dava vantagem ao "sim" no referendo, mas o apoio dos três principais partidos - Conservadores, Trabalhistas e Liberais-Democratas - que deixaram as diferenças para apoiar a permanência no Reino Unido,  reforçou a credibilidade do plano. O partido dos Verdes é o único da oposição a juntar-se ao Partido Nacionalista Escocês no apelo ao voto pela independência, perdida em 1707 quando o Reino Unido foi formalizado.

A proposta no entanto, fica aquém do pretendido pelo chefe do governo regional e líder do Partido Nacionalista Escocês, Alex Salmond, que seria a transferência para o governo escocês de todos os poderes exceto a diplomacia externa e a política de defesa.

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Creative Commons - CC BY 3.0 -

* Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa

Creative Commons - CC BY 3.0

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