one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


O texto aprovado pelo Congresso norte-americano prevê a garantia de subsídios aos produtores de algodão e outros benefícios considerados ilegais pela OMC

Imagem:

Compartilhar:

Produtores brasileiros de algodão comemoram acordo entre Brasil e EUA

Criado em 01/10/14 15h48 e atualizado em 01/10/14 16h13
Por Mariana Branco Edição:Nádia Franco Fonte:Agência Brasil

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) considerou "uma vitória" para os cotonicultores brasileiros o acordo fechado hoje (1º) entre Brasil e Estados Unidos (EUA), que encerra o contencioso do algodão, disputa que durou mais de uma década. Em nota, a Abrapa, que custeou o processo movido contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), disse que o entendimento alcançado “foi a melhor solução para os produtores de algodão e o agronegócio”.

Leia mais: Brasil e EUA fecham acordo sobre algodão

Segundo comunicado conjunto dos ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o acordo “inclui pagamento adicional de US$ 300 milhões [pelos EUA], com flexibilização para a aplicação dos recursos, o que contribui para atenuar prejuízos dos cotonicultores brasileiros”.

No memorando assinado, os EUA se comprometem ainda a efetuar ajustes no programa de crédito e garantia à exportação GSM-102, “que passará a operar dentro de parâmetros bilateralmente negociados, propiciando melhores condições de competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional”. De acordo com o comunicado do governo brasileiro, o acordo preserva o direito do Brasil de, caso necessário, contestar a nova Lei Agrícola norte-americana na OMC.

Para a Abrapa, o entendimento conquistado com relação ao GSM-102 está entre as mudanças mais importantes, por não abranger apenas o algodão, mas todo o agronegócio. A entidade destaca ainda que o entendimento “não implica o reconhecimento da compatibilidade com os acordos na OMC das medidas discutidas no contencioso do algodão e de outras medidas da Farm Bill [nova Lei Agrícola dos Estados Unidos]”. Na nota, os cotonicultores agradecem o empenho do Itamaraty e dizem que os resultados do trabalho relativo ao contencioso do algodão servirão de parâmetro para o futuro.

O contencioso do algodão teve início em 2002. Os produtores de algodão, por meio do governo brasileiro, pediram uma consulta à OMC sobre subsídios concedidos pelos EUA a seus produtores de algodão e programas de garantia de crédito à exportação. Esses mecanismos, da forma que eram dados, foram considerados incompatíveis com os acordos de Agricultura e de Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC. Em 2009, a OMC concedeu ao Brasil o direito de retaliar comercialmente os Estados Unidos em até US$ 829 milhões. Como a retaliação poderia trazer outras consequências negativas, e os algodoeiros, que levaram a causa adiante, não seriam diretamente beneficiados, foi aceito um acordo pelo qual os EUA pagariam, anualmente, US$ 147,3 milhões ao Instituto Brasileiro do Algodão, criado para gerir os recursos.

No ano passado, no entanto, o pagamento foi suspenso pelos EUA. Também foi aprovada nova Lei Agrícola pelo Congresso do país, que manteve o pagamento de subsídios, desrespeitando regras comerciais internacionais. O Brasil, que tinha o direito de retaliar os norte-americanos pelo descumprimento do acordo, optou por uma solução negociada.

Edição Nádia Franco

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário