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Cuba e EUA identificam áreas para cooperação
Criado em 23/01/15 11h21
e atualizado em 23/01/15 12h42
Por Prensa Latina
Cuba e EUA identificaram áreas em que existem possibilidades para estabelecer ou ampliar a cooperação bilateral, como o enfrentamento ao narcotráficom, ao terrorismo e às epidemias. Cuba propôs aos Estados Unidos manter um encontro para definir as modalidades de cooperação com vistas a enfrentar de maneira efetiva e eficaz ao vírus do ebola, segundo um comunicado de imprensa da delegação cubana de conversações sobre temas bilaterais e de cooperação com Washington, realizadas no Palacio de Convenções na capital Havana.
Durante o encontro realizado nesta quinta-feira (22), as delegações de ambos países trataram de diferentes temas, como a segurança e resposta a derramamento de petróleo. A delegação cubana reiterou a disposição de suas autoridades de desenvolver intercâmbios com os norte-americanos sobre monitoramento sísmico, áreas marinhas desprotegidas e hidrografia, assim como participar em investigações conjuntas sobre espécies marinhas, afirma o texto.
Cuba também propôs estabelecer cooperação científica em um grupo de áreas como a proteção ao meio ambiente, a redução dos efeitos da mudança climática e a prevenção dos desastres naturais. Os representantes cubanos mudaram também a disposição de Cuba em discutir a delimitação da Zona Oriental no Golfo do México e se interessaram pelos próximos passos para a implementação de um Plano Piloto para estabelecer o serviço de correio postal entre os dois países.
Divergências
A temática dos direitos humanos foi a principal divergência com relação à política dos EUA apontada pela delegação de havana durante o diálogo. Cuba enfatizou a persistente ilegalidade das detenções na Base Naval de Guantánamo e os reconhecidos atos de tortura praticados contra seus prisioneiros."Ao abordar temas em que ambos países tem diferentes concepções, a delegação cubana expressou sérias preocupações com a garantia e proteção dos direitos humanos nos Estados Unidos", afirma o comunicado.
O documento ambém tece críticas à brutalidade e ao abuso policial, cada vez mais alarmantes, como nos fatos ocorridos recentemente em Ferguson e Nova Iorque, que evidenciam o crescimento do racismo e da discriminação racial nos EUA. Cuba lembrou também o padrão racial diferenciado na execução da pena de morto no país que se aplica em sua maioria a afroamericanos, latinos, integrantes de outras minorias, doentes e menores.
A delegação cubana também manifestou preocupação pela igualdade salarial nos EUA, onde as mulheres recebem 25% menos que os homens pelo mesmo período de trabalho, assim como pelo trabalho infantil e as limitações ao exercício das liberdades sindicais e de negociação coletiva, entre outras situações. "A parte cubana propôs manter um diálogo respeitoso e sobre bases de reciprocidade sobre esta matéria no futuro, a partir das experiências positivas alcançadas em Cuba no respeito aos direitos humanos e de nossa contribuição à melhoria destes direitos em muitos países do mundo", afirma o comunicado.
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