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A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, participa de reunião entre o países-membros do Brics e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), realizada hoje (16), em Brasília

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Promotor acusa Cristina Kirchner de encobrir participação do Irã em atentado

Criado em 15/01/15 14h45 e atualizado em 15/01/15 16h29
Por Monica Yanakiew Edição:Armando Cardoso Fonte:Agência Brasil

O pior atentado fundamentalista na história da Argentina voltou ao centro do cenário político 20 anos depois. O promotor federal Alberto Nisman, encarregado de investigar o caso, acusou a presidenta Cristina Kirchner e o chanceler Hector Timerman de negociarem com o Irã um “plano de impunidade” para encobrir os acusados. Entre os suspeitos estão altos funcionários do governo iraniano, com pedido de captura pela Interpol.

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Nisman apresentou relatório de 300 páginas, com informações obtidas por meio de escutas telefônicas. Ele pediu à Justiça a abertura de inquérito para ouvir depoimentos da presidenta, do chanceler e de alguns aliados políticos do governo. “É uma decisão disparatada, absurda, ilógica, irracional e ridícula, que viola os Artigos 75 e 99 da Constituição, sobre as atribuições do Poder Legislativo e do Poder Executivo”, reagiu hoje (15) o chefe de gabinete da presidenta, Jorge Capitanich.

O atentado ocoreu em 1994, quando um carro bomba explodiu na porta da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), destruindo o prédio, no centro de Buenos Aires, matando 85 pessoas. Dois anos antes, um atentado contra a Embaixada de Israel deixou saldo de 29 mortos e centenas de feridos. Até hoje, nenhum dos dois ataques terroristas foi esclarecido. A Argentina é o pais que reúne a maior comunidade judia da América Latina.

O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) foi quem decidiu retomar as investigações do atentado a Amia, criando uma procuradoria especial e colocando Nisman à frente do caso. Segundo o promotor, as pistas encontradas indicam que o ataque teria sido planejado pelo governo iraniano da época e executado pelo grupo xiita Hezbollah, com ajuda local.

Mas as investigações não puderam prosseguir, porque a Justiça argentina não podia interrogar os suspeitos. A pedido de Nisman, a Interpol pediu a captura de seis cidadãos iranianos, entre eles altos funcionários e presidenciáveis, e um libanês.

Todos os anos, a presidenta Cristina Kirchner (viúva e sucessora de Nestor Kirchner) se dirigia à Assembleia Geral das Nações Unidas para lembrar o atentado terrorista e criticar a falta de colaboração do governo iraniano nas investigações. Em 2012, a situação mudou. O Irã teria proposto dialogar sobre o assunto.

O resultado das negociações foi um memorando de entendimento entre os dois países para criar uma Comissão da Verdade e investigar o caso. O acordo também permitiria a representantes da Justiça argentina viajar ao Irã para ouvir o depoimento dos suspeitos, sempre e quando eles aceitassem falar. 

Aprovado pelo Congresso argentino e ainda não ratificado pelo Parlamento iraniano, na Argentina o acordo foi duramente criticado por associações judaicas e parentes das vítimas do atentado.  O governo defendeu o memorando, afirmando que era a única oportunidade para destravar as investigações.

Nisman acusa a presidenta Cristina de estar negociando com o Irã uma fórmula para inocentar os culpados e encontrar outro bode expiatório. O motivo, segundo ele, seria comercial. A Argentina quer trocar seus grãos por petróleo iraniano.

Como prova, o promotor diz ter escutas telefônicas de conversas de agentes da Side (a agência de inteligência argentina).  Já Jorge Capitanich acusou o promotor de fazer parte de uma consipiração de grupos do Poder Judicial, da mídia e de agentes da Side removidos do cargo para “desestabilizar o governo”.

Editor: Armando Cardoso

Creative Commons - CC BY 3.0

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