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Xanana Gusmão foi o primeiro presidente da República Democrática do Timor Leste

Criado em 06/02/15 10h41 e atualizado em 06/02/15 10h45
Por Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil Edição:Valéria Aguiar Fonte:Agência Brasil

Kay Rala Xanana Gusmão, o primeiro-ministro timorense que pediu demissão do cargo, nasceu em Laleia, no Distrito de Manatuto, em 20 de junho de 1946. Durante séculos, a parte oriental da ilha esteve sob colonização portuguesa e, em 1975, foi ocupada pela Indonésia.

Após a invasão indonésia, Xanana fugiu para as montanhas junto ao movimento guerrilheiro Falintil, braço armado da Frente Revolucionária de Timor Leste Independente (Fretilin). Em março de 1981, é eleito líder da resistência e comandante chefe das Forças Armadas de Libertação Nacional do Timor Leste (Falintil).

Em 1992, após 17 anos de guerrilha, foi capturado pelo Exército indonésio e condenado à prisão perpétua, decisão que foi revista mais tarde: a nova condenação determinava 20 anos de prisão.

Xanana tornou-se o preso político mais conhecido do país. Ficou preso até 1999, quando a condenação foi novamente revista em razão do forte apelo internacional. Nelson Mandela (ex-presidente da África do Sul, que esteve preso por mais de 20 anos devido a resistência ao apartheid) foi um dos que intercederam por sua liberdade.

Em agosto de 1999, num referendo popular promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), 80% da população optou pela independência do Timor. A independência foi mal recebida por milícias indonésias que, apoiadas pelo governo, invadiram o território. Cerca de 2 mil pessoas foram mortas e o agravamento da situação teve grande repercussão internacional. A ONU interveio e enviou forças de paz - da qual participaram integrantes do Exército brasileiro - para manter a tranquilidade e assegurar a ordem na região. Até maio de 2002, quando foi formalizada a existência do Timor Leste como país independente, quem governou o território foi o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante da ONU.

No dia 14 de abril de 2002, Xanana Gusmão foi eleito o primeiro presidente da República Democrática do Timor Leste, tendo tomado posse em 20 de maio. O seu mandato terminou em maio de 2007.

“Xanana foi importante líder da independência timorense. Foi o nome que, naquele momento de transição, aglutinava todos os setores por ter participado da luta e ter denunciado os abusos e massacres do governo indonésio. Por ter aparecido como um porta-voz da causa timorense e ganhado grande projeção, tornou-se o primeiro presidente do país com uma vitória esmagadora”, disse o diretor-geral do Centro de Estudos em Geopolítica e Relações Internacionais, Charles Pennaforte.

Após deixar a Presidência, foi eleito presidente do partido político formado em abril de 2007, o Congresso Nacional para a Reconstrução do Timor Leste (CNRT). Em 30 de junho, realizaram-se as eleições legislativas, tendo o CNRT recebido o segundo maior número de votos e formado uma aliança com três outros partidos políticos. Essa aliança passou a chamar-se AMP (Aliança da Maioria Parlamentar) e garantiu 37 dos 65 assentos no Parlamento Nacional.

Em agosto de 2007, o presidente da República José Ramos Horta convidou oficialmente a AMP para formar o governo e Xanana tomou posse como primeiro-ministro com mandato até 2012. Em 2008, devido a divisões políticas, foi instaurado um clima de tensão e violência no país. Ramos Horta sofreu um atentado e foi ferido a tiros e Xanana também foi alvo de atentado, mas escapou ileso.

Em julho de 2012, nas eleições legislativas, o CNRT de Xanana recebeu o maior número de votos, garantindo 30 dos 65 assentos no Parlamento Nacional. O CNRT formou uma coligação com outros dois partidos e assegurou um total de 40 assentos.

A coligação foi convidada a participar do governo pelo presidente da República Taur Matan Ruak e, em agosto de 2012, Xanana Gusmão tomou posse como primeiro-ministro e ministro da Defesa e Segurança, para um segundo mandato de cinco anos. Xanana, que pediu demissão do cargo, disse hoje (6) que sua saída tornou-se "obrigação moral e política" e que a decisão pretende abrir caminho à nova geração.

Editor Valéria Aguiar
Creative Commons - CC BY 3.0

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