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Muçulmanas em Paris

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Proibição de saias longas nas escolas gera onda de indignação na França

Criado em 11/05/15 16h31 e atualizado em 11/05/15 17h02
Por Daniella Franco Fonte:Rádio França Internacional

O caso da estudante muçulmana Sarah, de 15 anos, barrada duas vezes no portão de sua escola porque usava uma saia longa e preta, chocou a França. Na visão dos educadores de uma escola de Charleville-Mézières, no norte da França, a vestimenta usada pela garota é sinônimo de ostentação religiosa. E qualquer símbolo relacionado à religião no ensino público francês é proibido por lei. Mas até onde uma saia pode ser a representação da fé muçulmana?

Ouça a reportagem da Rádio França Internacional:

Creative Commons - CC BY 3.0 - Proibição de saias longas nas escolas gera onda de indignação na França

A história de Sarah inflamou as redes sociais na última semana e deu origem ao coletivo Je Porte Ma Jupe Comme Je Veux (Eu Uso Minha Saia Como Quiser, em português). A porta-voz do grupo, Sihame Assbague, acredita que as muçulmanas são cada vez mais perseguidas na França.

"Vejo que o país está indo muito longe sobre essa 'questão têxtil' que envolve particularmente as muçulmanas. É escandaloso que estejamos debatendo hoje o tamanho da saia de uma garota. Há outros problemas e outras prioridades na França. No lugar de educar, os professores estão medindo o tamanho de saias de suas alunas", protesta.

Nas ruas de Paris, a opinião de mulheres, muçulmanas ou não, é de revolta com o caso de Sarah. "Temos direito de nos vestir como quisermos. A saia longa não é obrigatoriamente um símbolo religioso", diz uma estudante. "Eu não sou muçulmana, mas uso saias longas. Vejo outras pessoas, de outras religiões, usando símbolos religiosos e ninguém diz nada contra eles. Acho que o que acontece hoje contra as meninas muçulmanas é muito injusto. Está indo longe demais", declarou outra francesa entrevistada.

Islamofobia

O caso de Sarah não é isolado: em 2014, o Coletivo Contra a Islamofobia na França (CCIF) recebeu quase cem denúncias de casos similares. Desde o início de 2015, a organização trata de cerca de vinte casos. "Observamos que esse fenômeno, que exclui ou a pune as meninas porque considera que a forma que elas se vestem é uma ostentação religiosa, está cada vez mais aumentando nas escolas do país", explica a porta-voz do Coletivo Contra a Islamofobia na França, Elsa Ray.

Para o sociólogo especialista em Educação da Universidade Paris Descartes, Eric Plaisance, a proibição das saias nas escolas é uma medida perigosa e que pode ser encarada como islamofóbica. "Corremos o risco de exagerar nesse controle das roupas dos estudantes porque não sabemos se o que eles portam pode ser considerado um símbolo religioso. Não é possível relacionar a questão da laicidade diretamente ao Islã, caso contrário, caímos no perigo de promover a islamofobia", explica.

Já governo francês lava as mãos sempre que o assunto vem à tona. "Nenhuma aluna será excluída em função do comprimento ou da cor de sua saia", declarou a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, na semana passada. Por outro lado, a ministra também disse acreditar que a equipe do colégio de Sarah agiu corretamente e que a lei contra símbolos religiosos na educação deve ser respeitada.

Creative Commons - CC BY 3.0

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