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Rio quer Jogos Olímpicos sem "elefantes brancos"
Criado em 06/08/12 18h51
e atualizado em 06/08/12 19h33
Por Bernardo Medeiros
Fonte:Especial para EBC
Uma Olimpíada sem "elefantes brancos". Um comitê formado por 150 profissionais acompanha de perto a realização dos Jogos londrinos, para colher dados e experiências para o Rio-2016. As características de cada cidade e, sobretudo, o poderio financeiro, farão, contudo, que cada evento tenha particularidades. Na semana passada, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes foi taxativo ao dizer que "não somos um país rico e os Jogos serão dentro da nossa realidade". Instalações temporárias, reutilização de espaços construídos para o Pan-Americano e uso de recursos da iniciativa privada são as apostas.
Uma das soluções está na hospedagem. Para atingir os 47 mil leitos exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) serão utilizados dez mil quartos em barcos, ancorados no porto que passa por forte revitalização.
"É um projeto bastante criativo. Você atende aquela demanda para os Jogos e depois não deixa empreendimentos ociosos. Hotel é um investimento privado. O empresário não vai colocar dinheiro em algo que não dará retorno a longo-prazo", diz o diretor-geral do Comitê Olímpico do Rio-2016, Leonardo Gryner.
A realidade de Londres é bem diferente. A cidade possui 100 mil quartos de hotéis, além de outros 30 mil em casas que servem de hospedaria e cinco mil espaços em campings. "São cidades de portes e necessidades diferentes. Os aeroportos, por exemplo. O que o Rio tem hoje atende a sua demanda. Não se justificaria ter cinco, como em Londres", completa Gryner.
Os gastos totais para os Jogos cariocas serão definidos a partir da aprovação dos projetos, mas a expectativa é que o governo gaste menos do que o orçamento inicial, de R$ 28,2 bilhões, já que busca parcerias público-privadas (PPPs). Metade do investimento do Parque Olímpico, por exemplo, será da iniciativa privada.
Ao todo, 47% das instalações para os Jogos já existem, como o estádio olímpico João Havelange. Outros 25% serão complexos temporários e o restante será construído nas regiões já utilizadas para o Pan-2007. Existem três entraves: o velódromo, a competição de hóquei e de rugby.
Os comitês dos Jogos e internacional divergem sobre a utilização da pista de ciclismo construída para o Pan. O COI já sugeriu a demolição da atual e a construção de uma nova, ideia refutada pelo prefeito carioca. O complexo de hóquei era previsto para ser instalado na Barra, mas poderá ir para Deodoro. A proposta para o rugby é que os jogos ocorram em São Januário, mas o Vasco, dono do estádio, ainda não deu resposta definitiva.
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