Adolescentes criam produtos para geração de tecnologia limpa

Criado em 15/11/13 11h49 e atualizado em 15/11/13 12h02
Por Adital

A egípcia Azza Abdel Hamid Faiad, de 16 anos, descobriu uma maneira barata e viável de transformar resíduos de plásticos em biocombustíveis (Adital)

Resíduos plásticos, cabelo, urina, algas e lâmpadas são alguns dos produtos (re)utilizados por adolescentes de diferentes países para gerar tecnologias limpas e sustentáveis. Uma reportagem publicada pelo site Hypeness mostra que, com ideias transformadoras, esses jovens criaram projetos que chamaram a atenção do mundo.

É o caso da egípcia Azza Abdel Hamid Faiad, de 16 anos, que descobriu uma maneira barata e viável de transformar resíduos de plásticos em biocombustíveis. Através de um catalisador, Azza Abdel consegue transformar toneladas de plástico que são consumidas por ano em seu país em cerca de 78 milhões de dólares de biocombustíveis. Além de solucionar o problema dos resíduos, a proposta da adolescente ainda pode transformar a economia do Egito. Com seu projeto, Azza Abdel Hamid Faiad já ganhou um prêmio no 23º Concurso Europeu para Jovens Cientistas.

Outro projeto que chama a atenção é do malauiano William Kamkwamba, de 14 anos, que conseguiu construir um moinho de vento e levar energia elétrica, que é escassa no Malawi, para sua família. O projeto foi inspirado na imagem de um livro e de uma pilha de lixo de ferro velho, utilizando o vento para gerar energia.

Para afastar os leões do seu pasto e manter a salvo vacas, ovelhas e cabras, o queniano Richard Turere, de 13 anos, inventou um sistema de iluminação automática reutilizando lâmpadas LED, que piscam em sequência, dando a impressão de que alguém está andando em torno da cerca, afastando, assim, o perigo de ataques. As lâmpadas tiradas de lanternas quebradas são ligadas a uma caixa com chaves e uma bateria de carro antigo com um painel solar.

Já as adolescentes Akindele Abiola, Faleke Oluwatoyin, Duro-Aina Adebola e Bello Eniola, de 14 e 15 anos, da Nigéria, resolveram utilizar o xixi para alimentar um gerador de energia. Com um litro de urina, o gerador oferece seis horas de eletricidade. Segundo explicou a reportagem da Hypeness, a urina é colocada em uma célula eletrolítica, que quebra a ureia em nitrogênio, água e hidrogênio. O hidrogênio, então, vai para um filtro de purificação de água e depois para um cilindro de gás, que empurra o hidrogênio para outro cilindro contendo bóraz líquido, usado para remover a umidade do hidrogênio, que purificado, é colocado no gerador. A fonte de energia é totalmente limpa e não causa impactos ao meio ambiente.

Preocupado em reduzir as emissões de gases do escape do carro, Param Jaggi, de 18 anos, criou um dispositivo chamado "Algae Mobile” (algo como algas móveis) que é inserido no escapamento do automóvel e através da fotossíntese converte o dióxido de carbono em oxigênio. O jovem, hoje fundador da empresa EcoViate, começou a pesquisar as tecnologias ambientais e energéticas aos 13 anos.

Para aproveitar a energia do sol ao máximo, Eden Full, de 19 anos, teve a ideia de criar um sistema de rastreamento, que utiliza materiais reciclados, girando painéis solares para seguir o sol o dia inteiro e, assim, captura toda a energia possível. A tecnologia SunSaluter pode otimizar a coleta de energia em até 40%.

Malin Karki, de 18 anos, teve a ideia de criar energia estática através da melanina do cabelo, quando lia sobre o assunto em um livro de Stephan Hawking. Então, ele e outros quatro colegas de classe começaram a trabalhar em um protótipo de um painel que tem 15 cm quadrados e pode produzir 9 Volts, o equivalente a 18 Watts de potência, a um custo de 38 dólares. A invenção que tem como principal matéria-prima o cabelo, pode carregar um celular ou baterias para fornecer energia de uma noite toda de luz.

Aos 15 anos, Javier Fernández-Han criou um sistema modular de energia, verdadeiramente inovador, que usa algas para digerir esgoto e capturar metano para ser usado como combustível. Segundo a Hypeness,o sistema chamado "Versatile” é composto por 12 tecnologias em 6 subsistemas que podem tratar os resíduos, produzir metano e bio-combustível.

Por último, o site apresenta a criação de Easton LaChappelle, de 14 anos: um braço robótico sem fio controlado por uma luva.

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