one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Profissionais da saúde

Imagem:

Compartilhar:

Abramge defende reajuste maior para planos de saúde individuais

Criado em 22/08/13 08h57 e atualizado em 22/08/13 09h15
Por Alana Gandra Edição:Marcos Chagas Fonte:Agência Brasil

Rio de Janeiro - O número de usuários de planos de saúde, que vinha crescendo à média de 5% ao ano, até 2011, caiu para 2,4%, no ano passado. A retração foi atribuída pelo presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, à crise internacional “e ao próprio Brasil, que está crescendo quase nada”.

Como a maioria dos planos é coletivo, isto é, feito pelas empresas para seus funcionários, representando mais de 80% do total, Almeida avaliou que quanto mais pessoas empregadas houver, com carteira assinada, maior será o crescimento desse tipo de atividade. Para 2013, a expectativa é uma expansão do número dos usuários em torno de 2%, disse Arlindo Almeida.

Leia mais:

ANS continuará retirando do mercado planos que não atendam ao consumidor

Promotores do Rio investigam denúncias de abusos praticos por planos de saúde

Série Raio X da Saúde revela realidade dos planos de saúde

Em entrevista à Agência Brasil, ele defendeu que o aumento deveria ser diferenciado por região brasileira e ficar acima do reajuste dos planos coletivos. “Porque a lógica da utilização do plano individual é diferente da do plano coletivo”, que funciona como uma amostra da população. “O plano individual é altamente arriscado. Geralmente, quem compra é porque tem algum problema”. Já nos planos coletivos, em que as operadoras podem negociar com os empresários que têm convênios, o reajuste autorizado ficou entre 12% e 15%, em média.

Almeida disse que a elevação do número de consultas interfere no reajuste dos planos individuais, que é determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O aumento definido para o período de maio de 2013 a abril de 2014 é 9,04% para os planos individuais e familiares. O percentual ficou abaixo do custo de 16% enfrentado pelas operadoras, disse o presidente da Abramge. Mesmo assim, acrescentou que o reajuste já gerou várias ações nos órgãos de defesa do consumidor.

Em relação ao registro de operadoras, os dados da Abramge apontam para uma redução significativa, resultando a concentração em poucas empresas. “Nós tínhamos em torno de 3 mil operadoras e, atualmente, temos 1,3 mil e, mesmo assim, algumas estão em regime especial e poderão sofrer punição e ser fechadas”, disse Almeida. O número de usuários, entretanto, continuou subindo. No caso de planos de empresas fechadas, ocorreu a migração para outras operadoras. Algumas reúnem até 5,5 milhões de clientes, o que não ocorria antigamente.

“A concentração muito grande não é boa para a população em geral porque a concorrência diminui. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está preocupado e quer evitar [formação de] monopólio ou oligopólio. Mas, por enquanto não tem”, disse o presidente da Abramge.

A associação chegou, em 2013, a ter 320 associados. Agora, são 240 empresas. Arlindo de Almeida destacou que algumas são administradas por operadoras maiores. “Só que ainda não trocaram de nome ou nem foram absorvidas efetivamente. É uma redução bastante grande”.

De acordo com a entidade, o número de consultas médicas por beneficiário tem aumentado muito a cada ano. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza quatro consultas/ano, por habitante. Nós estamos com seis ou sete consultas/ano por usuário. E tem outra relação problemática. Cada consulta está gerando mais exames. Em vez de dois exames em média, por consulta, está gerando três ou 3,5 exames por consulta”.

Segundo Almeida, é crescente a participação dos planos de saúde no faturamento dos hospitais. Informe da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), mostra que o faturamento dos convênios corresponde a 90,4% do faturamento global dos hospitais. “De onde se conclui que os planos de saúde são os responsáveis pela excelência desses hospitais de primeira linha, equiparados aos melhores do mundo”. A ANAHP é constituída por 45 instituições hospitalares com ou sem fins lucrativos, distribuídas em 11 estados e no Distrito Federal.

Ele criticou a consulta feita pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) às operadoras para saber qual seria o tempo médio para atender tipos de doenças específicas. Com base no tempo médio apurado, a ANS determinou tempos máximos de atendimento. O presidente da Abramge, ponderou que isso criou “um problema sério”, porque, em determinadas regiões, há operadoras com reduzido número de usuários que “não têm a mínima condição de cumprir esses prazos. Estão querendo transformar a medicina, que é uma ciência biológica, em uma ciência exata”.

O presidente da Abramge explicou que, se um consumidor marca uma consulta no prazo de sete dias, por exemplo, e o médico fica doente naquela data ou tem uma cirurgia e não pode atender, a ANS julga que “já estourou o prazo. E não há conversa nesse sentido”, lamentou. A consequência, disse, é a suspensão da comercialização daquela operadora. Na avaliação de Arlindo de Almeida, a suspensão em determinadas regiões é um desastre para a operadora que se vê vítima das outras empresas que exercem uma espécie de “canibalismo”. Ele disse que, às vezes, duas queixas já são suficientes para levar à intervenção da ANS na operadora.

No que diz respeito aos órgãos de defesa do consumidor, Almeida disse que as principais queixas se referem à negativa de cobertura. Os contratos dos planos anteriores a 2000, quando foi criada a agência, foram considerados válidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas as empresas questionam o acesso aos serviços pelos detentores desses contratos e acabam sendo obrigadas pela Justiça a fazer determinado tipo de procedimento que não consta dos contratos antigos. “A maior parte dos juízes não julga pelo contrato. Julga mais pelos aspectos sociais da pessoa. Isso é um problema. A empresa tem que recorrer”. Daí o número de ações significativo na Justiça, analisou.

Edição: Marcos Chagas

 

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário