A ausência do beisebol nos Jogos Olímpicos do Rio pode significar uma frustração histórica para a seleção brasileira da modalidade e para jogadores como Tiago Magalhães, um dos ícones do esporte no país. Essa seria a maior chance do Brasil de participar de uma edição das Olimpíadas, já que a vaga estaria garantida ao país-sede. Para Tóquio, o Brasil teria que vencer adversários fortes em eliminatórias. Hoje, o país é 14º no ranking mundial.
Ausente do calendário desde os Jogos de Londres, em 2012, o beisebol tem possibilidades gigantescas de, junto com o softball (versão feminina do esporte), ser escolhido para voltar ao programa olímpico em 2020. A decisão sai em agosto.
Aos 35 anos, Tiago se anima com a ideia da volta do esporte aos Jogos Olímpicos, apesar de ter poucas chances de participar das em função da idade. “Estar no calendário olímpico vai proporcionar melhor destinação de verbas ao esporte. Quando o beisebol era esporte olímpico, tinha um número maior de clubes. Tinha maior incentivo, a seleção não pagava viagens. Hoje temos que tirar o dinheiro da viagem do bolso”, conta.
Para disputar o esporte, Tiago teve que sair do Brasil. Ele atuou no Japão e nos EUA por alguns anos. Caso o beisebol e o Brasil consigam vaga para Tóquio, ele disse que gostaria de participar, mesmo que não seja como jogador: “Disputar uma Olimpíada é um sonho de qualquer profissional. Se não der como jogador, quero estar como membro da comissão técnica”, diz.
Enquanto os jogos de Tóquio não chegam, Tiago e a seleção se preparam para tentar uma vaga no World Baseball Classic (Copa do Mundo do esporte). O Brasil tem chance de disputar o torneio, mas vai ter que passar por eliminatórias contra Grã-Bretanha, Israel e Paquistão para ir para o campeonato, espécie de Copa do Mundo. As eliminatórias serão disputadas em setembro.
Antes disso, o atleta deve aproveitar os Jogos do Rio como espectador. “Comprei ingresso do futebol em São Paulo [cidade onde mora] e para o taekwondo no Rio de Janeiro. Vou tentar ir lá, mas acho que vai ser mais difícil. Muitos treinam quatro anos, o ciclo olímpico, para se dedicar a um torneio. E no Brasil, se você não é campeão da modalidade, não é valorizado”, afirma.
Só uma decisão muito surpreendente do Comitê Olímpico Internacional tira o beisebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Além de o esporte ser um dos mais populares do mundo, ele é o mais popular do país-sede em 2020.
Descendentes de japoneses são maioria entre os praticantes do esporte, que não conseguiu cair no gosto popular. O resultado foram resultados inexpressivos em campeonatos internacionais. Sem dúvida, o beisebol brasileiro evoluiu, tanto que conseguiu se classificar para a Copa do Mundo em 2013. Mas o país ainda está longe de potências como Japão, EUA, República Dominicana, Taipei, Coreia do Sul, Cuba e Venezuela.
Esporte considerado como um dos mais praticados nos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Canadá, o beisebol é considerado o 5º mais popular do mundo na lista do Biggest Global Sports e só está atrás do futebol, basquete, tênis e críquete. Popularidade não é problema para não estar no programa olímpico.