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Ruas de Santiago após o golpe militar no Chile em 11 de setembro de 1973

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Arquivos revelam que diplomatas de Pinochet obtinham informações sob tortura

Criado em 27/09/12 16h06 e atualizado em 27/09/12 16h51
Por EBC Fonte:Télam

Ruas de Santiago após o golpe militar no Chile em 1973
Ruas de Santiago após o golpe militar no Chile em 11 de setembro de 1973 (Koen Wessing)

Na semana em que a Comissão Nacional da Verdade criou um grupo de trabalho para investigar as atividades da Operação Condor, aliança político-militar entre os governos autoritários do Cone Sul, documentos revelam que as mais altas autoridades da ditadura militar de Augusto Pinochet mantinham contato regular com a polícia secreta do regime, que informavam sobre as atividades dos opositores e pediam confissões dos presos nas masmorras do regime.

Os arquivos secretos a que teve acesso a agência alemã DPA, revelam que essa prática era utilizada frequentemente por funcionários de diferentes ministérios nacionais e, em especial do ministério das Relações Exteriores.

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Um dos arquivos revela um caso ocorrido em 10 de junho de 1987, quando o regime militar se preparava para encarar o plebiscito de 5 de outubro de 1988, que terminou com a derrota eleitoral de Pinochet e a abertura do caminho de retorno à democracia em 1990.

Nesse dia o vicechanceler, brigadeiro Francisco Ramírez Migliassi, entrou em contato com a Central Nacional de Informações (CNI), solicitando confissões dos presos em seus calabouços, por meio do ofício secreto 05151.“Preciso saber o apoio logístico, financeiro e de treinamento que Cuba presta a grupos de extrema esquerda chilenos. Em especial, é essencial ter informações que permitam demonstrar de forma cabal os vínculos de Cuba com o FPMR e o MIR, e muito especialmente se pode fornecer confissões de extremistas que confirmem a conexão cubana”, detalha o comunicado.

Ramírez Migliassi, segundo consta no livro “Asociación Ilícita”, que publicaram os jornalistas Maurício Wibel e Carlos Dorat, adiantou aos líderes da CNI que a informação seria utilizada para reativar os contatos com a comunidade cubano-americana contrária ao governo comunista de Fidel Castro.“Igualmente, seria desejável contar com antecedentes a respeito da participação de Cuba na entrega de armas que entraram ano passado em Carrizal Bajo”, disse no documento remetido ao diretor da CNI, general Hugo Salas.

Carrizal Bajo, nome de uma pequena vila de pescadores do norte do Chile, foi o lugar escolhido pela Frente Patriótica Manuel Rodriguez (FPMR) para introduzir um grande carregamento de armas que seriam utilizadas para tentar derrotar por via armada o regime de Pinochet. Em agosto de 1986 a operação falhou quando os guerrilheiros, entre os quais estavam Sergio Buschmann, Alfredo Malbrich e Claudio Molina, foram surpreendidos por agentes da polícia secreta do regime. Sob o regime Pinochet, que faleceu em 2006, cerca de 38 mil pessoas foram executadas, desaparecidas ouy torturadas, segundo informações oficiais divulgadas pelas Comissões da Verdade Chilenas.

Creative Commons - CC BY 3.0

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