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Repressão contra manifestantes que lembram 39 anos do golpe no Chile

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Chile lembra 39 anos do golpe militar e morte de Allende

Criado em 10/09/12 20h13 e atualizado em 11/09/12 15h02
Por EBC Fonte:Agências ULAN

Repressão contra manifestantes que lembram 39 anos do golpe no Chile
Repressão contra manifestantes que lembram 39 anos do golpe no Chile (TELAM)

Na semana em que completam 39 anos do golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973, com a derrubada do então presidente Salvador Allende pelos militares, liderados por Augusto Pinochet, setores da população chilena se mobilizam para cobrar justiça em relação aos crimes contra os direitos humanos.

A presidenta da Associação de Familiares de Desaparecidos, Lorena Pizarro, exigiu que presidente Sebastián Piñera termine com a impunidade e a repressão policial e avance com a verdade e a justiça. A dirigente reclamou das medidas praticadas pelo governo chileno contra as mobilizações sociais. “O povo o elegeu não para reprimir, não para invisibilizar os direitos humanos, mas para terminar com a impunidade. Hoje a 39 anos do golpe facista, renovamos nosso compromisso de conquistar um Chile justo como sonharam nossas vítimas de ontem e de hoje”, ressaltou.

Repressão a manifestantes

As declarações foram feitas após a repressão policial contra os manifestantes chilenos que foram às ruas neste domingo (9) para lembrar o golpe de Estado contra Allende e se preparam para novos atos e homenagens esta semana. A manifestação, que deu início às atividades do aniversário de 39 anos do golpe, que culminou com a morte de Allende, terminou no Cemitério Central, invadido por forças antimanifestação da polícia chilena, com lançadores de água e gás lacrimogênio.

“O povo chileno se somará a esta demanda de justiça para que não haja impunidade neste país, porque a impunidade é que leva aos crimes atuais, como as agressões contra o povo mapuche”, comletou Pizarro.

O 11 de setembro chileno

Nesta terça-feira, diversas organizações deixarão flores na porta da casa que era utilizada habitualmente por Salvador Allende, na rua Morandé 80. Também nesse dia familiares e simpatizantes do Partido Socialista visitarão o monumento ao ex-presidente, em frente ao Palácio La Moneda, sede do governo.

A ditadura de Pinochet deixou mais de 3 mil mortos e outras 37 mil vítimas que sofreram prisão e torturas. Os tribunais chilenos mantem abertas 350 ações por desaparecimento, torturas, sequestros ou conspirações que datam do período ditatorial envolvendo cerca de 700 agentes militares e civis.

Comissão da Verdade

O primeiro relato produzido pela Comissão da Verdade e Reconciliação em 1991 contabilizou apenas as execuções e os desaparecimentos. No total reconheceu 2279 mortes pelas autoridades militares durante a ditadura Pinochet (1973-1990).

Uma segundo trabalho chamado Comissão Valech, ampliou as pesquisas sobre a repressão e apresentou em 2004 seu relatório, onde numerou mais de 30 mil vítimas, com mais de 28 mil detenções ilegais, torturas, execuções e desaparecimentos.

No segundo informe dessa comissão, entregue em agosto de 2011 ao presidente Sebastián Piñera, reconhece mais de 40 mil vítimas, apesar de 22 mil denúncias de organizações de direitos humanos terem sido recusados pela equipe investigadora.

Saiba mais

No dia 11 de setembro de 1973, os militares contrários ao governo Allende declaram o golpe, liderados pelo general Augusto Pinochet, que se autoproclama presidente. O Palácio de La Moneda e a residência do então presidente na Avenida Tomás Moro, Las Condes, são bombardeados pela Força Aérea Chilena. Allende permaneceu dentro do palácio junto de alguns funcionários de sua confiança e chegou a fazer pronunciamentos públicos em rede nacional pelo rádio enquanto em meio aos ataques. Por volta das 14h, as portas são derrubadas e os militares invadem o Palácio. Allende é encontrado morto. A hipótese mais difudida é que ele tenha cometido suicídio, versão confirmada por seu médico pessoal e por uma autópsia realizada em 1990, mas o assunto ainda é alvo de controvérsias e muitas pessoas alegam que ele teria sido executado pelos militares.

Últimas Palavras

Essas foram as últimas palavras do discurso de Allende, transmitido via rádio, antes que o Palácio La Moneda perdesse a comunicação:

“Colocado em uma transição histórica, pagarei com minha vida a lealdade do povo. E os digo que tenho a certeza de que a semente que entregaremos à consciência de milhares e milhares de chilenos não poderar ser cegada definitivamente. Trabalhadores de minha Pátria! Tenho fé no Chile e em seu destino. Superarão outros homens nesse momento cinza e amargo onde a traição pretende se impor. Sigam vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.” Salvador Allende, 11 de setembro de 1973.

Para ler a íntegra do discurso em espanhol, clique aqui.

Creative Commons - CC BY 3.0

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