one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Criméia Schmidt presta depoimento à CNV. Ela esteve na Guerrilha do Araguaia entre 1969 e 1972.

Imagem:

Compartilhar:

Comissão Nacional da Verdade ouve vítimas da ditadura em Marabá, no Pará

Criado em 16/09/14 21h53 e atualizado em 16/09/14 22h30
Por Maíra Heinen Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) ouviu nesta terça-feira (16), em Marabá, no Pará, mais depoimentos de vítimas da ditadura militar na região. Pela manhã, os irmãos Ivan Jorge Dias e Ivaldo José Dias guiaram o grupo pelo Cemitério da Saudade, relatando a existência de ossadas de guerrilheiros presos à época. O próprio cemitério, segundo eles, surgiu com os enterros dos corpos, clandestinamente.

Confira no Portal EBC:

Comissão da Verdade lembra expulsão de professores da USP durante ditadura

Coordenador da Comissão Nacional da Verdade diz que ainda se tortura muito no Brasil

Jorge e Ivaldo - este mais conhecido como Juca - nasceram no Rio de Janeiro e foram para o Pará em 1972, com a intenção de adquirir terras na região. Quando chegaram ao estado logo foram capturados. Eles despertaram a desconfiança dos homens do Exército por serem fisicamente diferentes dos paraenses. Os irmãos foram torturados física e psicologicamente e depois obrigados a carregar os corpos para o local. Durante a visita, eles apontaram os lugares onde possivelmente estariam as ossadas. Cerca de 15 mortos foram deixados por Jorge e Juca no cemitério, por ordem dos militares.

Depois do cemitério, os membros da CNV seguiram para a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), onde outra vítima contou as torturas que sofreu simplesmente por conhecer um guerrilheiro conhecido como Oswaldão. Abel Honorato estava emocionado e não conseguiu relatar com muitos detalhes os tipos de violência que sofreu na Casa Azul, mas disse que até sua família foi presa, sofrendo humilhações e torturas psicológicas.

Durante a audiência, a comissão destacou que ainda se preocupa muito com a região, onde ameaças e pressões veladas ainda existem contra quem colabora com as comissões Nacional e Estadual da Verdade. O próprio Juca contou que recentemente sofreu ameaças de uma pessoa das Forças Armadas por fazer relatos às comissões, e por isso ainda sente muito medo. Ele não citou nomes.

Com o encerramento dos trabalhos da CNV, dia 16 de dezembro, algumas investigações sobre a Guerrilha do Araguaia serão repassadas à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Sobre a Casa Azul, local de tortura na época, o reitor da Unifesspa, Maurílio de Abreu Monteiro, relatou que a universidade tem intenção de transformar o local em uma espécie de museu, em memória das vítimas da violência durante a didatura militar.

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário