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Ver TV reúne especialistas para debater jornalismo policial
Criado em 30/10/15 10h31
e atualizado em 30/10/15 10h41
Por Ver TV
Fonte:TV Brasil
Em diversos programas de TV com fundo policial, a notícia se transforma em espetáculo mórbido. Isso, muitas vezes, desrespeita códigos de ética, direitos humanos e legislação.
Este Ver TV recebe a gerente do núcleo de qualificação de mídia da Andi – Comunicação e Direitos, Suzana Varjão; o jornalista Pedro Caribé, coordenador da Rede de Mídia Livre Bahia 1798; e a jornalista Ana Cláudia Mielke, coordenadora do coletivo Intervozes.“Que limiar de violência, de tolerância à violência nós estamos construindo no país? O que isso vai repercutir em termos de construção de mentalidade?”, questiona Suzana Varjão.
O jornalista e professor da PUC-Rio, Carlos Nobre Cruz é autor do livro Direto do front, a respeito das ações policiais em comunidades do Rio de Janeiro. O programa traz o comentário do professor quanto ao impacto dos programas policialescos sobre os moradores dessas áreas.
A jornalista Maria Carolina Trevisan, do coletivo Jornalistas Livres, tem se preocupado com a falta de continuidade das coberturas jornalísticas sobre casos policiais que ganham manchetes e rapidamente são esquecidos.
Diversas críticas direcionadas a abusos praticados pelos programas policialescos foram tachadas como tentativa de censura pelas emissoras que os transmitem. A jornalista e pesquisadora Bia Barbosa, coordenadora-executiva do Coletivo Intervozes, discorda e lembra que a liberdade de expressão não é um valor absoluto.
Jornalismo Policial: entretenimento ou realmente jornalismo?
A jornalista Maria Carolina Trevisan acredita que os programas policiais brasileiros não deveriam ser apresentados como um produto jornalístico porque, na prática, estes conteúdo é de entretenimento.
Trevisan defende que o programa policial que só busca entreter acaba sendo muito sensacionalista. O problema, segundo ela, é que essa abordagem não problematiza a questão e não faz uma reflexão aprofundada acerca de crimes que são situações de violações de direitos humanos.
Os programas policiais na linha editorial das emissoras de TV
Para a jornalista Bia Barbosa, Coordenadora Executiva do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, um programa de jornalismo policial tem a função de informar a população brasileira sobre casos relacionados à segurança pública.
“O problema que enfrentamos hoje é que esta função está sendo colocada em segundo plano em busca de uma suposta audiência que assiste cotidianamente nas suas casas a uma série de violações de direitos fundamentais seja das pessoas que são retratadas nestas supostas reportagens, seja das pessoas que estão assistindo a este tipo de conteúdo”, diz.
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