Qualidade técnica de estudos compromete criação de áreas de conservação

Rio de Janeiro

por Carolina Gonçalves e Renata Giraldi

action datsun / Creative Commons

A inclusão do compromisso com a proteção dos oceanos no documento da Rio+20 é celebrada pelo governo como uma das grandes vitórias nas negociações

A inclusão do compromisso com a proteção dos oceanos no documento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, é celebrada pelo governo como uma das grandes vitórias nas negociações que precederam a reunião de cúpula do evento. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou o esforço feito pela delegação brasileira  para garantir que o tema fosse contemplado no texto.

“[Durante as negociações da Rio+20] o Brasil se dedicou à questão dos oceanos para ter uma referência no documento. Foi uma das nossas prioridades”, disse ela.

Em suas últimas entrevistas, Izabella Teixeira tem reiterado a importância que o governo atribui a essa área. Nos últimos dias, negociadores brasileiros e estrangeiros buscaram consenso em torno de questões divergentes.

No caso dos oceanos, o debate seguia entremeado de rumores sobre as resistências norte-americana e japonesa de aderir ao compromisso de proteção em alto-mar. Depois que o texto foi concluído, na madrugada de anteontem (19), o chefe da delegação norte-americana na Rio+20 negou que os Estados Unidos tenham tentado bloquear o acordo.

Apesar da posição brasileira pela inclusão do tema, o governo tem sofrido críticas de movimentos ambientalistas que consideram lento o processo de criação de áreas de conservação marinha. Ao ser perguntada sobre a estratégia brasileira para assegurar a proteção dessas áreas,  Izabella Teixeira assegurou que as áreas de proteção marinha e costeira serão ampliadas.

Segundo a ministra, para ampliar as regiões protegidas “é preciso se basear em estudos e na legislação”. Sobre expectativas recentes em relação a áreas em Abrolhos, no sul da Bahia, ela disse que as análises que precedem a criação dessas unidades ainda não têm a qualidade técnica desejada.

“Não temos nenhuma restrição [à identificação de áreas de proteção]. Mas, os estudos não são sérios, é preciso se dedicar mais a isso”, acrescentou Izabella Teixeira.

 

Edição: Graça Adjuto

Fonte: Agência Brasil

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