Novas formas para medir a emissão de carbono na produção de energia

Rio de Janeiro

Por Christiane Telles

Ao aliar inovação e sustentabilidade, um grupo de especialistas estuda novas abordagens para as emissões de carbono do Brasil a partir do uso da terra e das alterações do uso da terra relacionadas com a produção de biomassa, em perspectivas de curto e longo prazos e nos contextos nacional e global.

E esse foi o tema do segundo painel do Ciclo de debates do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos na Rio+20, que segue até sexta-feira, 15/06, no Rio de Janeiro.

Coordenado pelo assessor do CGEE, Cláudio Chauke Nehme, o painel teve dois palestrantes como convidados: Jean Pierre Ometto (CCST/INPE)  e Matthias Jonas, do International Institute for Applied Systems Analysis (IIASA), uma organização internacional não-governamental sediada na Áustria, que já vem realizando em parceria um trabalho nessa temática.

“Nos modelos atuais ainda existe uma incerteza nas estimativas de  emissões provenientes do Uso e alteração do solo. Para avançar nesse debate é necessário que tenhamos metodologias de diagnóstico e prognóstico mais precisas. Só assim pode-se combinar ciência e política”, explica Jean Pierre Ometto. Ele acrescenta que a criação de mecanismos tecnológicos avançados permitirão de fato que as políticas sejam subsidiadas por pesquisa científica e ambiental.

Já Matthias Jonas ressalta que os desafios ligados a esse tema também são multi-institucionais e que se a comunidade científica ainda não pode fornecer informações mais precisas sobre como as emissões resultantes do uso/alteração da terra influenciam o aumento da temperatura do planeta ( estimativas do IPCC de que até 2050 seria 2 graus), então essas emissões também não podem fazer parte de um quadro restritivo. “Consequentemente, temos que ir partir nesse ponto para uma abordagem política para lidar com as emissões provenientes especificamente do uso e alteração do solo”, ressalta o especialista.

Vale destacar ainda que as perguntas orientadoras do debate foram: Alterações do uso da terra no Brasil hoje – o que sabemos? Alterações do usa da terra no Brasil em um mundo restrito em emissões – qual é o nosso atual entendimento? Quais são os desafios científicos? Quais são os desafios para os decisores?

O próximo encontro do grupo que estuda novos modelos será em setembro, no Brasil e um terceiro encontro, onde resultados serão apresentados na Conferência de aniversário de 40 anos do IIASA, em Viena, em outubro.


Fonte: CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

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