Andre Brasil e Phelipe Rodrigues repetem dobradinha brasileira nos 100m livre S10

Criado em 18/07/15 15h17 e atualizado em 18/07/15 18h03
Por Da Redação*

Não são só as competições e a categoria - a S10 - que Andre Brasil e Phelipe Rodrigues dividem. No Mundial Paralímpico de Natação, em Glasgow, na Escócia, mais de uma vez eles dividiram o pódio. Neste sábado (18), penúltimo dia de provas, os dois voltaram a ocupar o primeiro e o segundo lugar em uma final, como já tinham feito na prova mais rápida da classe, os 50m livre. Desta vez, foi nos 100m livre: ouro para Andre Brasil, que marcou 51s15 e prata para Phelipe Rodrigues, com a marca de 52s25. O canadense Nathan Stein apareceu atrás da dupla brasileira, com 53s29.

O equilíbrio entre Andre Brasil e Phelipe Rodrigues é tamanho que os dois viraram para os 50m finais empatados, com nenhum centésimo de diferença sequer. A vitória de Andre Brasil foi decidida nos últimos 25 metros de prova, quando ele, que é um dos maiores colecionadores de medalhas em Mundiais, conseguiu abrir distância para cima do compatriota. Só neste campeonato, Andre Brasil colecionou três medalhas de ouro (50m livre, 100m costas e 100m livre) e duas pratas (100m borboleta e revezamento 4x100 livre masculino 34 pontos), medalhando em todas as provas que disputou. Phelipe Rodrigues também subiu ao pódio em todas as provas que disputou, acabando com três pratas (50m livre, 100m livre e revezamento 4x100 livre masculino 34 pontos). 

Ouça a entrevista com Andre Brasil:

“Vim para cá com um objetivo e acho que estou com ele mais do que cumprido. Me propus a nadar quatro provas individuais e em três delas eu ganhei e na outra fiquei com a prata. No grupo de revezamento ainda crescemos e batemos o recorde das Américas. Fico feliz em nadar de novo contra o cara que é meu amigo e meu adversário [Phelipe], e que me faz crescer em cada prova. Gosto de vê-lo evoluindo e tenho certeza que no Rio, em 2016, estaremos disputando mais uma vez a medalha de ouro”, resumiu Andre.

"(A rivalidade com Phelipe) cada vez fica melhor porque o esporte vem evoluindo ano a ano. A gente representa muita coisa do que simplesmente brigar por medalha. Talvez a gente represente muito mais para o nosso país, para as pessoas com deficiência e por uma inserção destas pessoas na sociedade. Talvez a gente não tenha muita noção, mas as pessoas que estão nos assistindo com certeza têm", analisou o campeão mundial.

Ouça a entrevista com Phelipe Rodrigues:

Rodrigues também ressaltou a vantagem de ter duras disputas na classe S10 dentro e fora do país. “Eu e o Andre somos amigos fora d'água e é sempre bom ter um cara deste nível com quem possa competir, especialmente em casa. Cada nacional que a gente compete não é qualquer nacional, porque é como se fosse campeonato mundial", admite. "Temos os dois melhores do mundo e a cada prova sai uma faísca. Mas agradeço a ele, de coração, porque se não fosse ele, o esporte paralímpico e a nossa classe não chegaria até aqui. Ele até hoje é o cara a ser batido, é a referência, e competir contra ele me faz querer mais, me esforçar mais todos os dias. Tenho certeza que no Rio o pódio terá as duas bandeiras brasileiras. O terceiro pode até ser diferente, mas os dois primeiros serão brasileiros”, contou.

O Mundial Paralímpico de Natação começou na segunda-feira (13) e vai até este domingo, com provas acontecendo na piscina do Tollcross International Swimming Centre. O campeonato está em sua sétima edição e distribuirá vagas para os Jogos Paralímpicos do Rio-2016. Ao todo, 571 atletas de 67 países participam do Mundial, e o Brasil está representado por 23 atletas. O Portal EBC, em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), transmite as provas ao vivo. As eliminatórias começam às 10h (6h, no horário de Brasília) e as finais sempre às 18h (14h, no horário da capital federal).

 

*com informações do Comitê Paralímpico Internacional (IPC)