Entenda o sistema de classificação para os Jogos Olímpicos no boxe

Criado em 11/05/16 16h25 e atualizado em 15/07/16 18h56
Por Líria Jade* Edição:Nathália Mendes Fonte:Portal EBC

No boxe, dois adversários se enfrentam no ringue e devem acertar socos no adversário da cintura para cima na tentativa de dominá-lo. É uma modalidade olímpica desde os Jogos de Saint Louis, em 1904, mas só admitiu a presença de mulheres em Londres 2012. Serão 13 categorias – fixadas por um limite de peso – na edição deste ano, sendo dez masculinas e três femininas. Ao todo, 286 boxeadores competirão nos Jogos Olímpicos.

O primeiro pré-requisito que todos os atletas devem atender é ter nascido entre 1º de janeiro de 1976 e 31 de dezembro de 1997. Além disso, todos os pugilistas devem ter competido em pelo menos um dos eventos classificatórios, obedecer às regras de requisitos médicos e satisfazer as regras de nacionalidade.

Cada país pode ser representado por um atleta em cada categoria. O Brasil tem seis vagas garantidas, sendo uma no feminino e cinco no masculino. Os escolhidos para lutar pelo país-sede foram Adriana Araújo (60kg), Patrick Lourenço (49kg), Julião Neto (52kg), Robenilson de Jesus (56kg), Robson Conceição (60kg), Joedison Teixeira (64kg), Michel Borges (81kg) e Juan Nogueira (91kg). Os atletas das demais categorias ainda podem tentar a classificação nos pré-olímpicos.

Os Comitês Olímpicos Nacionais (CONs) decidem se a vaga conquistada por um atleta do país, ainda que nominalmente, será usada, e quem a ocupará. Esta definição aplica-se, por exemplo, em caso de classificação de mais de um atleta em uma única categoria, excedendo a cota estabelecida. Os comitês vão confirmar os representantes até julho de 2016, cabendo também indicar outro atleta para a vaga assegurada, seja por motivos técnicos ou clínicos. 

No masculino

Haverá classificação para completar as vagas Olímpicas masculinas até julho de 2016. As seleções ocorrem por ranking, torneios pré-olímpicos ou convites. Para os homens, o primeiro critério de classificação para os Jogos foi o ranking individual da World Series of Boxing (WSB), das competições realizadas entre novembro de 2014 e março de 2015. Os dois primeiros colocados, em cada categoria, estão classificados, exceto nas categorias até 49kg, até 91kg e acima de 91kg, onde somente o mais bem colocado terá a vaga garantida.

O segundo critério de qualificação foi através do ranking da AIBA Pro Boxing (APB), referente ao ciclo de competições encerrado em setembro de 2015. São duas vagas por categoria. Por fim, o Campeonato Mundial de Boxe Amador, realizado em outubro passado no Qatar, distribuiu 23 vagas. Os três primeiros colocados nas categorias 56kg, 60kg, 64kg, 69kg e 75kg estão qualificados. Já nas categorias 49kg, 52 kg e 81kg, os dois primeiros lugares terão vaga garantida. E nas categorias 91kg e acima de 91kg, somente o campeão estará qualificado.

Os pugilistas ainda podem chegar aos Jogos através de quatro torneios pré-olímpicos continentais (Europa, América, África e Ásia/Oceania), entre os meses de fevereiro e abril de 2016, com 115 vagas disponíveis. Os três primeiros colocados, em cada faixa de peso e em cada seletiva, estarão classificados. A exceção é o pré-olímpico americano, onde as cinco categorias escolhidas pelo Brasil classificarão apenas os dois melhores atletas.

O quinto critério de qualificação será o Torneio de Qualificação Olímpica WSB/APB, realizado em maio de 2016. As 26 vagas serão conferidas aos três primeiros colocados de cada categoria, exceto nas categorias 91kg e acima de 91kg, onde somente o vencedor terá a vaga garantida. Por fim, o pré-olímpico final, marcado para junho de 2016, vai levar ao Rio 2016 os cinco primeiros colocados de categoria, com exceção da categoria 49kg, onde os dois primeiros lugares terão direito à vaga, e das categorias 91kg e acima de 91kg, onde somente o vencedor terá a vaga garantida.

No feminino

No boxe feminino, as 36 pugilistas que participarão do torneio Olímpico serão conhecidas em 2016, por meio do Campeonato Mundial, que acontecerá no Cazaquistão em maio e distribuirá 12 vagas. Mais 20 vagas caberão às melhores colocadas dos quatro torneios classificatórios continentais – a campeã da seletiva africana e as duas melhores colocadas da Ásia/Oceania e Europa. A regra muda apenas para o pré-olímpico americano, que classificará apenas uma atleta na categoria escolhida pelo Brasil.

Convite

A Comissão Tripartite, formada pelo Comitê Olímpico Internacional, Associação de Comitês Olímpicos Nacionais e pela Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA) distribuirá também cinco convites no masculino e três no feminino. Entre os homens será escolhido um atleta para cada uma das seguintes categorias: 56kg, 60kg, 64kg, 69kg e 75kg. Entre as mulheres será escolhida uma boxeadora para cada categoria.

Realocação

Caso um país desista de utilizar a vaga obtida por meio de qualquer torneio ou ranking qualificatório, a mesma será realocada para o próximo país ranqueado, ainda não classificado, na mesma categoria e no mesmo torneio ou ranking qualificatório.

Caso o Brasil desista de utilizar alguma das vagas reservadas, a mesma será realocada no pré-olímpico Americano na mesma categoria. E se a Comissão Tripartite não conseguir distribuir todos os convites, as vagas restantes serão realocadas para o próximo país ranqueado, ainda não classificado, na mesma categoria, no pré-olímpico final.

Confira o calendário de eventos classificatórios: 

Masculino
Fevereiro a abril de 2016 - pré-olímpicos da África, Américas, Ásia/Oceania e Europa
Maio de 2016 - classificatório olímpico da APB/WSB
Junho de 2016 - classificatório olímpico da AOB
 
Feminino
Maio de 2016 - Mundial feminino em Astana
Fevereiro a abril de 2016 - pré-olímpicos da África, Américas, Ásia/Oceania e Europa

 

Saiba quem são os pugilistas classificados para os Jogos Olímpicos Rio 2016:

Masculino
De 46 a 49kg – Patrick Lourenço (Brasil), Patrick Barnes (Irlanda), Bin Lyu (China), Birzhan Zhakypov (Cazaquistão), Vasilii Egorov (Rússia), Joahnys Argilagos (Cuba), Simplice Fotsala (Camarões), Mathias Hamunyela (Namíbia), Sibusiso Bandla (África do Sul), Yuberjen Martinez Rivas (Colômbia), Miguel Nico Hernandez (Estados Unidos), Hasanboy Dusmatov (Uzbequistão), Rogen Ladon (Filipinas), Gan-Erdene Gankhuyag (Mongólia), Galal Yafai (Grã-Bretanha), Artur Hovhannisyan (Armênia) e Manuel Cappai (Itália)

Até 52kg – Julião Neto (Brasil), Jeyvier Jesus Cintron Ocasio (Porto Rico), Achraf Kharroubi (Marrocos), Misha Aloian (Rússia), Elias Eliseo Emigdio Abarca (México), Elvin Mamishzada (Azerbaijão), Yosbany Veitia Soto (Cuba), Sikho Nqothole (África do Sul), Mohamed Flissi (Argélia), Ronald Serugo (Uganda), Fernando Martinez (Argentina), Leonel de los Santos (República Dominicana), Shakhobiddin Zoirov (Uzbequistão), Jianguan Hu (China), Olzhas Sattibayev (Cazaquistão), Muhammad Ali (Grã-Bretanha), Narek Abgaryan (Armênia) e Brendan Irvine (Irlanda)

 Até 56kg – Robenilson de Jesus (Brasil), Vladimir Nikitin (Rússia), Andy Cruz Gomez (Cuba), Khedafi Djelkhir (França), Jiawei Zhang (China), Michael John Conlan (Irlanda), Murodjon Akhmadaliev (Uzbequistão), Dzmitry Asanau (Bielorrússia), Bilel M'Hamdi (Tunísia), Suntele Inkululeko (Lesoto), Omar Abdul (Gana), Shakur Stevenson (Estados Unidos), Alberto Melian (Argentina),  Chatchai Butdee (Tailândia), Shiva Thapa (Índia), Kairat Yeraliyev (Cazaquistão), Javid Chalabiyev (Azerbaijão), Qais Ashfaq (Grã-Bretanha) e Aram Avagyan (Armênia)

Até 60kg – Robson Conceição (Brasil), Berik Abdrakhmanov (Cazaquistão), Adlan Abdurashidov (Rússia), Lazaro Jose Alvarez Estrada (Cuba), Carlos Zenon Balderas Jr. (Estados Unidos), Albert Selimov (Azerbaijão), Hurshid Tojibaev (Uzbequistão), Reda Benbaziz (Argélia), Mahmoud Abdelaal (Egito), Andrique Allisop (Ilhas Seychelles),  Teofimo Lopez (Honduras), Luis Cabreba (Venezuela), Ignacio Perrin (Argentina), Charly Suarez (Filipinas), Otgondalai Dorjnyambuu (Mongólia), Daisuke Narimatsu (Japão), Sofiane Oumiha (França), Joseph Cordina (Grã-Bretanha) e David Joyce (Irlanda)

 Até 64kg – Joedison Teixeira (Brasil), Abdelkader Chadi (Argélia), Raúl Curiel García (México), Vitaly Dunaytsev (Rússia), Fazliddin Gaibnazarov (Uzbequistão), Artem Harutyunyan (Alemanha), Wuttichai Masu (Tailândia), Yasnier Toledo López (Cuba), Junius Jonas (Namíbia),  Hamza El-Barbari (Marrocos), Babou Mahaman Smaila (Camarões), Arthur Biyarslanov (Canadá), Luis Arcon (Venezuela), Ablaikhan Zhussupov (Cazaquistão), Chinzorig Baatarsukh (Mongólia), Qianxun Hu (China), Lorenzo Sotomayor (Azerbaijão), Evaldas Petrauskas (Lituânia) e Batuhan Gozgec (Turquia)

Até 69kg – Parviz Baghirov (Azerbaijão), Steven Donnely (Irlanda), Wei Liu (China), Mohammed Rabii (Marrocos), Onur Sipal (Turquia), Daniyar Yeleussinov (Cazaquistão), Andrey Zamkovoy (Rússia), Rayton Nduku Okwiri (Quênia), Walid Said Mohamed Sedik (Egito), Zohir Kedache (Argélia), Roniel Iglesias (Cuba), Gabriel Maestre (Venezuela), Alberto Palmetta (Argentina), Shakhram Giyasov (Uzbequistão), Saylom Ardee (Tailândia), Tuvshinbat Byamba (Mongólia), Eimantas Stanionis (Lituânia), Vincenzo Mangiacapre (Itália) e Vladimir Margaryan (Armênia)

Até 75kg – Ilyas Abbadi (Argélia), Hosan Abdin (Egito), Artem Chebotarev (Rússia), Tomasz Jablonski (Polônia), Adem Kilicci (Turquia), Arlen López Cardona (Cuba), Bektemir Melikuziev (Uzbequistão), Dieudonne Wilfried Seyi Ntsengue (Camarões),  Merven Clair (Ilhas Maurício), Said Harnouf (Marrocos), Charles Conwell (Estados Unidos), Misael Rodriguez (México), Jorge Luis Vivas (Colômbia), Zhanibek Alimkhanuly (Cazaquistão), Minggang Zhao (China), Jason Daniel Lewis (Austrália), Christian Mbilli Assomo (França), Zoltan Harcsa (Hungria) e Anthony Fowler (Grã-Bretanha)

Até 81kg – Michel Borges (Brasil), Mathieu Bauderlique (França), Julio César La Cruz Peraza (Cuba), Valentino Manfredonia (Itália), Ehsan Rouzbahani (Irã), Hrvoje Sep (Croácia), Joseph Ward (Irlanda), Abdelhafid Benchabla (Argélia), Abdelrahman Salah Orabi (Egito), Kennedy Katende (Uganda), Carlos Andres Mina (Equador), Albert Ramirez (Venezuela), Elshod Rasulov (Uzbequistão), Adilbek Niyazymbetov (Cazaquistão), Erkin Adylbek Uulu (Quirguistão), Joshua Buatsi (Grã-Bretanha), Peter Mullenberg (Holanda) e Mehmet Nadir Unal (Turquia)

Até 91kg – Juan Nogueira (Brasil), David Graf (Alemanha), Vassiliy Levit (Cazaquistão), Clemente Russo (Itália), Evgeny Tishchenko (Rússia), Joseph Kennedy St. Pierre (Ilhas Maurício), Chouaib Bouloudinats (Argélia), Hassen Chagtemi (Tunísia), Erislandy Savon (Cuba), Yamil Alberto Peralta (Argentina), Rustam Tulaganov (Uzbequistão), Fengkai Yu (China), Jason Whateley (Austrália)

Mais de 91kg – Filip Hrgovic (Croácia), Mihai Nistor (Romênia) Erik Pfeiffer (Alemanha), Tony Yoka (França), Efe Ajagba (Nigéria), Mohammed Arjaoui (Marrocos), Davilson dos Santos Morais (Cabo Verde), Leinier Pero (Cuba), Nigel Paul (Trinidad e Tobago), Clayton Laurent (Ilhas Virgens), Ivan Dychko (Cazaquistão), Bakhodir Jalolov (Uzbequistão), Hussein Iashaish (Jordânia), Joseph Joyce (Grã-Bretanha), Mahammadrasul Majidov (Azerbaijão) e Ali Eren Demirezen (Turquia)

Feminino
Até 51kg – Zohra Ez-Zahraoui (Marrocos), Mandy Bujold (Canadá), Ingrit Valencia (Colômbia), Cancan Ren (China), Yodgoroy Mirzaeva, (Uzbequistão), Nicola Adams (Grã-Bretanha) e Stanimira Petrova (Bulgária) 

Até 60kg – Adriana Araújo (Brasil), Hasnaa Lachgar (Marrocos), Mikaela Mayer (Estados Unidos), Junhua Yin (China), Shelley Watts (Austrália), Yana Alekseevna (Azerbaijão) e Irma Testa (Itália)

Até 75kg – Khadija Mardi (Marrocos), Claressa Shields (Estados Unidos), Ariane Fortin (Canadá), Qian Li (China), Dariga Shakimova (Cazaquistão), Anna Laurell Nash (Suécia) e Iaroslava Iakushina (Rússia)

 

*com informações do Comitê Olímpico Internacional