BLW: entenda o método

Criado em 18/11/14 10h03 e atualizado em 16/12/14 11h01
Por Adriana Franzin Fonte:Portal EBC

O bebê faz as refeições jundo com a família, sentado à mesa, e come o que quer, o quanto quer e no seu próprio ritmo, sem nenhuma pressão por parte dos pais. Os alimentos são servidos em pedaços que ele consegue pegar e colocar sozinho na boca. Assim, aproveitando a curiosidade natural dos pequenos, os alimentos são introduzidos de maneira natural, descontraída e livre. Esse é o princípio do método do BLW - Baby Led Weaning ("desmame guiado pelo bebê", em tradução literal), criado por Gill Rapley, uma consultora em saúde da Inglaterra.

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Ela destaca, no documento Guidelines for implementing a baby-led approach to the introduction of solid foods alguns princípios fundamentais para sua implantação. Resumidamente:

- amamentação é a base da alimentação por conta própria: o bebê que mama no peito em livre demanda já sabe identificar quando está satisfeito, o que é importante quando começa a comer sozinho. Além disso, os sabores dos diferentes alimentos que a mãe consome também estão presentes no leite materno e o bebê já tem contato prévio com eles. No entanto, bebês que se alimentam com fórmulas também têm tido bons resultados com o BLW;

- entender a motivação do bebê: a princípio, a motivação é a curiosidade e não a fome. A fome é saciada com o leite materno. Se a alimentação(leite) e a introdução de alimentos sólidos forem pensadas como duas atividades distintas, a descontração vai tornar a experiência mais agradável para ambas as partes;

- ele não vai engasgar?: é mais fácil o bebê engasgar com alimentos dados na colher do que os que ele consegue pegar com as próprias mãos. Isso porque no processo de desenvolvimento motor, a criança desenvolve primeiramente a habilidade de engolir, depois a de mastigar e só depois a de colocar alimentos na boca. Ou seja, se ele já consegue colocar o alimento sozinho na boca, mostra que está apto para mastigar e engolir alimentos sólidos. Quando a alimentação é feita com a colher, não há como garantir que ele já tem essas capacidades e aí o risco de asfixia é maior.

- garanta uma boa nutrição: quando o bebê é livre para experimentar e conhecer sabores e texturas diferentes ele aprende e tende a aceitar uma ampla gama de alimentos e fica mais disposto a aceitar coisas novas. O ideal é oferecer várias opções de frutas e legumes cozidos levemente, a ponto de ficarem macios. A carne deve ser oferecida em um pedaço grande, para ser explorado e sugado e mastigado com as gengivas;

- e sobre bebidas? Os bebês que mamam em livre demanda saciam a sede com a amamentação, inclusive em climas quentes. A água pode ser oferecida, mas não é motivo de preocupação se ele não quiser beber. Já os bebês que usam fórmulas podem precisar mais de água. É importante oferecer água em intervalos regulares. 

 

O que fazer?

- permita que o bebê participe das refeições em família. Ele vai assistir e querer imitar;

- é importante que o bebê fique sentado, no colo ou na própria cadeira;

- ofereça, na medida do possível, os mesmos alimentos que a família está comendo;

- ofereça alimentos variados; 

- ofereça novamente alimentos que foram uma vez rejeitados;

- ofereça água, mas não se preocupe se o bebê não se interessar. O leite materno tem a água que ele precisa;

- se prepare para a sujeira: use um plástico para proteger o chão ou a mesa e limpá-los mais facilmente;

- continue com a amamentação enquanto o bebê quiser;

- se houver um histórico familiar de intolerâncias, alergias ou problemas digestivos, discuta com o seu pediatra antes de implantar o método; 

- aproveite para assistir o desenvolvimento e aprendizagem do bebê em relação à comida. 

O que não fazer?

- Não pressione o bebê, principalmente ajudando a colocar as coisas na boca dele; 

- não force o bebê a experimentar um alimento. Primeiro ele vai perceber que experimentar sabores é divertido, depois vai aprender a mastigar e depois a engolir;

- não espere que um bebê pequeno coma tudo;

- não deixe o bebê sozinho com a comida;

- não ofereça alimentos que apresentem um risco evidente de engasgar, como o amendoim, por exemplo;

- não ofereça fast foods, refeições prontas ou alimentos com sal ou açúcar.