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Especialistas alertam para ligação entre nutrição, câncer e doenças crônicas
Criado em 19/11/14 13h16
e atualizado em 19/11/14 13h27
Por Leda Letra
Fonte:Rádio ONU
As políticas públicas sobre nutrição precisam levar em conta a associação entre o consumo de certos alimentos e os riscos de doenças crônicas e de câncer. A opinião vem de dois especialistas brasileiros que participam em Roma da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição.
Na capital da Itália, a Rádio ONU entrevistou o representante do Instituto Nacional do Câncer, Inca. Fábio Gomes alerta: mesmo aqueles alimentos que podem parecer mais saudáveis ou "light" podem ter substâncias cancerígenas.
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Conservantes
"As carnes processadas, embutidos, salsichas, linguiça, blanquet de peru, eles têm conservantes que a gente já conhece como fatores que são cancerígenos. O consumo crescente desses produtos na alimentação do brasieiro está relacionado com o aumento do risco de câncer, principalmente no estômago e no intestino. Hoje no Brasil a gente já pode dizer que o principal fator de risco para câncer é a má alimentação, o excesso de peso e a obesidade."
Segundo Fábio Gomes, o número de fumantes no Brasil está diminuindo, mas, por outro lado, metade dos adultos e um terço das crianças estão acima do peso.
Confira áudio no player abaixo:
Recuperação
A diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns, chama a atenção para contextos sociais e econômicos ligados ao aumento dos casos de obesidade. A expectativa de Paula Johns sobre a conferência em Roma é para que as decisões levem à recuperação dos sistemas alimentares.
"O problema da alimentação não é uma questão de falta de comida. É uma questão de um sistema alimentar que está doente e precisa ser recuperado. Você tem situações em que é mais fácil para a pessoa comprar uma bebida açucarada industrializada do que comprar uma fruta fresca. Essa realidade precisa ser mudada."
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a alimentação inadequada está relacionada a casos de câncer e de outras doenças crônicas, como diabetes, infartos e derrames.
Na quarta-feira, os governos que participam da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição devem adotar um documento com 60 ações em várias frentes, incluindo a promoção de dietas mais equilibradas.
*Apoio Institucional: FAO
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