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França aumenta intervenção e conflito no Mali se internacionaliza
Criado em 17/01/13 17h00
e atualizado em 17/01/13 20h11
Por Portal EBC*
Ao iniciar o sétimo dia da intervenção militar no Mali, a França intensificou seus ataques somando tropas terrestres aos bombardeios, informou nesta quinta-feira (17) o ministro de Defesa Jean-Yves Le Drian.
O aumento da pressão militar no Mali ocorreu no momento em que o governo da Argélia bombardeava um campo de gás, onde um grupo islâmico havia sequestrado 40 reféns argelinos [2] em represália pela “agressão francesa à sua antiga colônia africana”, segundo o comunicado divulgado pelos rebeldes. O bombardeio na Argélia deixou um saldo de 49 mortos.
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O contingente militar no Mali dobrou e hoje 1400 soldados estão na região, número deve chegar a 2500 nos próximos dias, conforme anunciado pela França. Junto com o desembarque dos soldados de terra, aviões Mirage e Rafale e helicópteros Gazelle e Tigre voltaram a bombardear esta madrugada os acampamentos e centros de treinamento das forças islâmicas que aspiram derotas os golpistas que tomaram o poder em março de 2012.
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Fase terrestre
A operação Serval foi intensificada nas últimas horas com combates diretos entre os militares franceses e grupos insurgentes no centro, especialmente na cidade de Konnai, no Oeste, em Dibali e no norte do Mali. Vários enfrentamentos ocorreram nos arredores de Konnai, cidade que foi tomada pelo grupo Al Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi) na última quinta-feira (17). Os combates continuam também em Diabali, uma pequena localidade tomada pelos insurgentes de Aqmi na última terça-feira (15).
O coronel Thierry Burkhard, porta-voz do Estado Maior do Exército francês, confirmou que aviões da Gran Bretaña, Dinamarca e Bélgica chegaram ao local dos conflitos nas últimas horas com material logísticos e alimentos.
Críticas
O presidente francês, o socialista François Hollande, afirmou nesta segunda-feira que a intervenção militar no Mali era “a única solução” para “liberar o país” e preservar sua integridade territorial.
Apesar do apoio quase geral da classe política e de 75% dos cidadão franceses, a intervenção militar no Mali segue gerando críticas. O ex ministro do interior, o conservador Brice Hortefeux questionou “a falta de preparação” da operação francesa.
“Os apoios diplomáticos e logísticos são muito moderados, isso mostra falta de preparação”, afirmou Hortefeux, um dos políticos mais próximos ao ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy.
Internacionalização do conflito
Por sua parte, o secretario de Estado dos EUA, Leon Panetta, considerou que o conflito no Mali não se trata de uma guerra francesa, “mas de um esforço internacional”. A União Européia concordou em acelerar a implantação de uma missão militar para treinar o exército maliano, o que deve ocorrer a partir de meados de fevereiro. Um contingente de 900 soldados nigerianos [8] que integram a força africana da Cedao, da qual participarão 3500 soldados de oito países, se intalou nesta quinta-feira (17) em Bamako, a capital do Mali.
* Com informações da agência pública de notícias da Argentina, Télam [9]
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