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China nega ter pago resgate às Farc
Criado em 23/11/12 20h07
e atualizado em 23/11/12 20h19
Por Télam
A China não pagou pela liberação de quatro cidadãos chineses sequestrados desde o ano passado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmou o embaixador chinês na Colômbia, Wang Xiaouyan. O diplomata disse que os autores do sequestro nunca se identificaram e não fizeram exigências econômicas.
Os chineses, entregues nesta quinta-feira (22) ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), haviam sido sequestrados em 08 de junho de 2011, quando se deslocavam em um veículo por Caquetá e foram interceptados por homens fortemente armados que os mantiveram na selva.
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Os três trabalhadores de uma empresa petroquímica chinesa, contratada da petroleira britânica Emerald Energy, foram sequestrados junto com seu tradutor, também chinês. O motorista do veículo, colombiano, foi liberado horas depois do sequestro.
As autoridades colombianas asseguram que os chineses estavam em poder das Farc, ainda que o grupo guerrilheiro afirme há vários meses não ter nenhum sequestrado em seu poder. “Não sabemos quem são os autores porque desde o dia do sequestro não há organização ou pessoa que tenha declarado sua autoria e não sabemos quem foram os autores durante este tempo”, disse Xiaoyuan à estação de rádio La Fm.
O diplomata disse ainda que os sequestradores avisaram que iam liberar os trabalhadores e por isso pediu a colaboração da Cruz Vermelha. “A Cruz Vermelha fez as gestões e pudemos recebê-lo”, disse o embaixador, após informar que apenas um dos trabalhadores liberados tem problemas de saúde. O comandante das Forças Militares, general Alejandro Navas, disse que os chineses estiveram nas mãos de várias frentes das Farc e acusou o grupo guerrilheiro de mentir neste caso.
“Há uma evidência muito clara porque em San Vicente del Caguán [lugar onde ocorreu o sequestro e a liberação dos reféns] só operam as Farc, disse Navas. Segundo o oficial, a inteligência militar tem indícios de que neste caso houve “transações financeiras” ainda que as autoridades não tenham provas do eventual pagamento de resgate. O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, disse que “tem que haver prudência” diante deste assunto e que seria “lamentável” a confirmação que os autores do sequestro receberam dinheiro para deixar os chineses em liberdade.
“É melhor não antecipar os fatos porque desconheço o detalhe. Se isso ocorreu , seria uma situação lamentável”, disse o ministro. Os trabalhadores Zhau Hong, Yang Ping e Tang Guo Fu, assim como seu tradutor Jiang Shang, foram transferidos nesta quinta-feira a Bogotá, onde foram recebidos por funcionários da embaixada chinesa.
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