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Eduardo Galeano, durante coletiva de imprensa na tarde de hoje, em Brasília

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Escritores analisam declaração de Galeano sobre sua principal obra

Criado em 13/04/15 18h19 e atualizado em 13/04/15 18h51
Por Leandro Melito - Portal EBC

Eduardo Galeano durante coletiva (Bienal do Livro de Brasília)
Creative Commons - CC BY 3.0 - Eduardo Galeano durante coletiva (Bienal do Livro de Brasília)

 

Brasília - A declaração de Eduardo Galeano sobre sua principal obra, o livro "As Veias Abertas da América Latina", durante a última Bienal do Livro em Brasília, onde o escritor foi homenageado, ganhou grande repercussão e foi lembrada nesta segunda-feira (13) após sua morte em Montevidéu.

Na ocasião o escritor afirmou que não voltaria a ler o livro. “Eu não seria capaz de ler o livro de novo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é pesadíssima. Meu físico não aguentaria. Eu cairia desmaiado”, brincou Galeano, então com  73 anos. "Eu não tinha a formação necessária. Não estou arrependido de tê-lo escrito, mas foi uma etapa que, para mim, está superada", afirmou.

Para o escritor Eric Nepomuceno, amigo pessoal de Galeano e principal tradutor de sua obra no Brasil, houve manipulação da frase por parte da imprensa brasileira. "O que eu entendo, o Galeano sempre dizia que não queria ficar carimbado como o autor de um livro só, e eu acho que ele tinha toda razão nisso, a obra dele é muito mais ampla.Agora também entendo que ele falou isso com humor e a imprensa brasileira, sempre há um interesse em criticar a esquerda. E eu entendo que houve uma manipulação total da frase dele".

Ouça trecho da entrevista:

Creative Commons - CC BY 3.0 - Eric Nepomuceno comenta declaração de Galeano sobre sua principal obra

Presente durante a fala de Galeano na Bienal, Rogério Tomaz, que trabalha em um livro de crônicas sobre Galeano, também considera que a frase foi destacada não expressou a opinião do escritor sobre sua obra. "Eu estava nessa entrevista, acompanhei desde o começo. Quem conhece ele sabe que ele exagerou, o que ele quis dizer é que o estilo dele naquela época não o agrada mais, distorceram o sentido do que ele quiz dizer naquela entrevista".

 

Após o término da entrevista, Rogério conversou com Galeano e o alertou sobre a repercussão que aquela declaração poderia ganhar. "Não me importa", teria dito o escritor uruguaio. Rogério trabalha no livro sobre Galeano desde 2003, ano em que se correspondeu com o escritor pela primeira vez por email. No ano seguinte, ele se encontrou pessoalmente com Galeano pela primeira vez e manteve contato com o escritor e pessoas próximas a ele para compor seu trabalho, que deve ser lançado de forma independente no final do ano.

 

 

 

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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