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São José: campeãs mundiais enfrentam corte de gastos
Criado em 06/11/15 16h51
e atualizado em 12/01/16 22h32
Por Luiz Claudio Ferreira
Edição:Edgard Matsuki - Portal EBC
Em Medellin (Colômbia), neste mês, elas foram a campo, no estádio Cinquentenário, sem iluminação, com grama alta e encharcada para disputar a Libertadores. No final do ano passado, foram a Tóquio, no moderno Ajinomoto Stadium, para sair de lá com o título de campeãs do Mundial Interclubes com uma vitória por 2 a 0 sobre o Arsenal (Inglaterra). Até o time do São José, maior sucesso do futebol feminino brasileiro, não escapa de vivenciar os contrastes de uma modalidade em desenvolvimento.
Mesmo com o título mundial de futebol feminino, teve uma queda no orçamento anual para sustentar folha de pessoal e estrutura. Trabalhava em 2014 com R$ 1,8 milhão e terminará este ano com R$ 1,2 milhão. A média salarial do primeiro time é de R$ 2,6 mil por mês. A perda de R$ 600 mil nos cofres foi causada por diminuição de patrocinadores e uma redução dos recursos encaminhados pela prefeitura de São José dos Campos por conta da crise econômica.
Outro baque no grupo foi ter perdido atletas para clubes da Europa e Estados Unidos e também para a seleção permanente, formada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Contratamos outras jogadoras para suprir essa falta. Tínhamos que manter a equipe competitiva”, afirmou o coordenador de futebol, Gustavo Assad. Das campeãs do mundo, apenas a zagueira Bagé permaneceu.
A comissão técnica também mudou. Adílson Galdino pediu demissão e entrou no lugar a ex-comandante da seleção sub-15 e sub-17, Emily Lima. A adaptação não foi de um dia para o outro. Na Copa do Brasil, o time foi eliminado nas quartas de final para o Kindermann, de Santa Catarina. A equipe é administrada pelo São José Soccer, uma entidade sem fins lucrativos organizada apenas para essa finalidade. Do time masculino, tem apenas o nome e o brasão do time masculino.
Trajetória
O São José começou no futebol feminino nos Jogos Abertos do Interior em 2001 com time criado pela prefeitura. Em 2008, ganhou o primeiro título da competição. Depois, foi criada parceria com o clube que tem time masculino, tradicional em São Paulo. A equipe chegou à primeira divisão do Futebol Feminino Estadual em 2010, quando teve o patrocínio de uma faculdade, que se apoiou em lei de incentivo fiscal.
Ainda neste ano, equipe disputou a final contra o Santos conquistou o vice-campeonato paulista. No ano seguinte, manteve a estrutura, sediou a Libertadores e foi campeã com uma vitória sobre o Colo-Colo por 1 a 0 diante de 15 mil torcedores no estádio Martins Pereira. Nos dois anos seguintes, foi bicampeão da Copa Brasil e da Libertadores. Os títulos deram visibilidade às jogadoras que passaram a ser convocadas frequentemente para a Seleção Brasileira. A equipe é a maior vencedora entre os brasileiros da Libertadores (já foi campeã três vezes).
No Campeonato Brasileiro de 2015, o time passou em primeiro lugar no Grupo 3. Na segunda fase, o time ficou em segundo lugar no Grupo 5. Em dez jogos, o time venceu oito e perdeu dois. Marcou 32 gols e sofreu quatro. Nas semifinais, o São José vai enfrentar o Tiradentes (PI).
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