O que estão falando na RIO+20
Tema:
Especialistas questionam a relação sustentabilidade x reformas urbanas no Rascunho Zero
Nabil Bonduki arquiteto e urbanista, professor de planejamento urbano na FAU-USP publicou no Especial Ri0+20 da Carta Maior um arigo tratando do tratamento que questão urbana poderia ocupa no Rascunho Zero. De acordo com o especialista a questão urbana deveria ter papel de grande centralidade na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. “No entanto, o Draft Zero, primeira versão do documento elaborado pela ONU para ser assinado pelos chefes de Estado que vierem ao Brasil, não permite ser otimista a esse respeito: o tema “Cidades” foi tratado de forma genérica, merecendo apenas seis linhas, sem nenhum compromisso ou análise aprofundada.
Questionamento parecido também foi feito pela Relatora Especial da ONU para Água e Saneamento, Catarina de Albuquerque, que pediu na última quarta-feira (06/06) aos governos para “apoiar plenamente” o direito à água potável e ao saneamento na Conferência das Nações Unidas. Veja matéria.
Veja os documentos na íntegra
Desigualdade social no centro do debate da Rio+20
Dois textos abrem na seção Debate as discussões sobre o tema da desigualdade social, que é central para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho no Rio de Janeiro.
O texto da Organização das Nações Unidas ONU pede ação internacional urgente para combater desigualdades sociais e riscos ambientais defende a posição da organização no assunto. A real centralidade desta questão na pauta da ONU é questionada pelo texto Desigualdades e limites deveriam estar no centro da Rio+20, escrito por Ricardo Abramovay, professor Titular do Departamento de Economia da FEA/USP.
Veja também a posição do governo brasileiro defendida dentro do plano Brasil sem miséria.
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ONU pede ação internacional urgente para combater desigualdades sociais e riscos ambienta
Posição da Organização das Nações Unidas sobre o tema da desigualdade social
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Desigualdades e limites deveriam estar no centro da Rio+20
Texto do Professor Titular do Departamento de Economia da FEA/USP, Ricardo Abramovay
ONU pede comprometimento da juventude com o planeta. No Brasil, jovens se mobilizam pela Rio+20
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo aos jovens de todo o mundo, para que eles compartilhem ideias globais e se comprometam, “enquanto cidadãos globais”, para o futuro sustentável do planeta. No Brasil, jovens de diversos estados se mobilizam para participar da Rio+20. Em entrevista à Radioagência Nacional, Adriele Saldanha, representante do movimento Olhar da Juventude, diz que a preocupação é levar ao conhecimento dos jovens as temáticas que serão discutidas na Rio+20.
O polêmico conceito de Economia Verde
O Conceito de Economia Verde, um dos eixos temáticos da Conferência das Nações Unidas Para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, encontra defensores e críticos na sociedade. Enquanto alguns setores acreditam que a Economia Verde pode tirar milhões de pessoas da pobreza (como apontou recente relatório produzido pela Organização das Nações Unidas e parceiros), outros criticam o conceito e atribuem a ele a condição de nova forma de legitimação da exploração capitalista.
Acompanhe o debate nos dois documentos relacionados.
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Economia Verde pode tirar milhões de pessoas da pobreza, diz relatório produzido pela ONU e rede de parceiros
Matéria sobre o relatório publicado pela ONU sobre Economia Verde com link para o relatório completo.
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A “economia verde” é o novo Consenso de Washington”?
Documento publicado pela Campanha Não à economia verde
O debate da Educação na Rio+20
O Documento de contribuição brasileira à Conferência Rio+20 traz por temas os posicionamentos que o país adotará durante os debates da Conferência. Com relação à educação, por exemplo, o documento diz que:
O acesso de todos a uma educação de qualidade é condição essencial para o desenvolvimento sustentável. A educação constitui um dos principais vetores de inclusão e ascensão social, principalmente quando é democrática e respeita a diversidade.
Ao mesmo tempo em que se deve buscar a ampliação do acesso em todas as esferas, da pré-escola à pós-graduação, é necessária a promoção de práticas educacionais que contribuam para a mudança dos padrões de interação com o meio ambiente. Programas transversais de educação ambiental devem ser estimulados, e a formação profissional precisa estar voltada para a inovação e a implementação de padrões de produção e consumo sustentáveis, valorizando as necessidades e o conhecimento locais.
Uma estratégia de democratização do ensino e do acesso ao conhecimento não pode estar dissociada de um amplo processo de inclusão digital e de incorporação das novas tecnologias de comunicação ao ensino. É necessário trabalhar para diminuir a desigualdade no acesso existente entre países e entre indivíduos.
Os espaços educadores sustentáveis devem avançar estratégias para o desenvolvimento da cultura da sustentabilidade. Tais espaços são construídos a partir da adequação dos espaços físicos a padrões sustentáveis, da adoção de processos de gestão participativos e da inclusão dos temas do desenvolvimento sustentável nas propostas político-pedagógicas.
A preocupação com debate sobre Educação na Conferência também é tema do Grupo de Trabalho de Educação da Rio+20. O relatório do GT, intitulado ‘A educação que precisamos para o mundo que queremos’, trata da conjuntura global de crise, e sua consequência econômica, social e ambiental, por exemplo, e da mobilização da sociedade civil para enfrentar os desafios que se impõem frente a essa situação. “A crise global é também uma crise da educação – assumida como educação ao longo da vida – de seu conteúdo e sentido, pois há deixado gradualmente de conceber-se como um direito humano e se tem convertido no meio privilegiado para satisfazer as necessidades dos mercados, demandantes de mão-de-obra para a produção e consumo”, diz o documento.
Mercantilização da vida e desigualdade
A Marcha Mundial das Mulheres (MMM), que participará da Cúpula dos Povos na Rio+20, luta pelo fim da divisão sexual do trabalho e pelo reconhecimento de que o trabalho reprodutivo está na base da sustentabilidade da vida humana e das relações entre as pessoas na família e na sociedade. “Acreditamos que é possível estabelecer – e em alguns casos reestabelecer – uma relação dinâmica e harmoniosa entre as pessoas e a natureza, e que as mulheres, com sua experiência histórica, têm muito para dizer sobre esse tema”, diz o movimento.
A subsecretária de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Tatau Godinho, participou, na semana passada, da 45ª Sessão da Comissão de População e Desenvolvimento do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Segundo Tatau, o encontro foi marcado por discussões acerca das relações de gênero. “Na apresentação dos países fica evidente a necessidade de ampliação dos direitos da juventude nos distintos países e, ao mesmo tempo, o quanto a desigualdade entre mulheres e homens faz com que meninas e mulheres jovens encontrem mais dificuldades e empecilhos para construção de sua autonomia pessoal em todos os âmbitos da vida”, disse.
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Cúpula dos Povos
Marcha Mundial das Mulheres luta pelo fim da divisão sexual do trabalho e o reconhecimento de que o trabalho reprodutivo está na base da sustentabilidade da vida humana e das relações entre as pessoas na família e na sociedade.
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Secretaria de Políticas para Mulheres da Presiência da República
Tatau Godinho, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, diz que reunião na ONU foi marcada por discussões de gênero. "Na apresentação dos países fica evidente a necessidade de ampliação dos direitos da juventude nos distintos países e, ao mesmo tempo, o quanto a desigualdade entre mulheres e homens faz com que meninas e mulheres jovens encontrem mais dificuldades e empecilhos para construção de sua autonomia pessoal em todos os âmbitos da vida”, disse.
Construção da Usina de Belo Monte na pauta da Rio+20
A mobilização dos ambientalistas contra a construção da Usina de Belo Monte foi motivo de manifestações durante a Rio+20, tanto na Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, quanto em Santo Antônio, no Pará, onde indígenas e ribeirinhos se reuniram para manifestar sua insatisfação com a obra no evento Xingu+23.
Mas também no espaço de Diálogos da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a energia limpa que será produzida pela hidrelétrica foi ressaltada pela Norte Energia nesta quinta-feira (21).
O impacto das hidrelétricas no Brasil
Em reunião com integrantes do Fórum do Clima, no dia 05 de abril de 2012, a Presidenta Dilma Rousseff comunicou, segundo matéria da Agência Brasil, que o governo não mudará seu projeto de aumento da oferta de energia e de desenvolvimento da região Amazônica. Em declaração, a presidenta falou que as pessoas contrárias à construção das hidrelétricas vivem num estado de “fantasia”.
Em resposta a declaração da presidenta Ivo Poletto, assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social escreveu um artigo Cuidar da Amazônia e do ambiente vital é fantasia? - publicado pelo Instituto Humanitas Unisinos.
Movimentos afro-descendentes e o respeito à tolerância religiosa
As comunidades de religiões de matriz africana no Brasil se mobilizam para levar suas propostas à Cúpula dos Povos. Ativistas do movimento afro-religioso apontam a expansão do espaço urbano como um dos principais fatores para a perda de seus templos, os terreiros. “As cidades crescem em ritmo cada vez mais acelerado e, junto com o crescimento, acontece a especulação imobiliária. Essa expansão também reduz o número de áreas verdes no espaço urbano. Consequentemente, fomos perdendo nossos territórios litúrgicos”, explica Ogan Israel Evangelista, coordenador da associação.
Em novembro de 2011, líderes mundiais reunidos para as comemorações do Ano Internacional dos Afrodescendentes assinaram a Declaração de Salvador, documento no qual reafirmam o compromisso com a eliminação completa e incondicional do racismo e de todas as formas de discriminação e intolerância.