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Mercosul passou por reviravoltas em 2012
Criado em 11/12/12 10h06
e atualizado em 21/12/12 19h18
Por Ana Elisa Santana
Fonte:Portal EBC
O Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco de integração econômica da América do Sul formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, passou por grandes mudanças ao longo de 2012. Nos dias 22 e 23 de julho, em meio a Rio+20, o presidente paraguaio Fernando Lugo sofreu um processo de impeachment e foi deposto de seu cargo, dando lugar ao até então vice-presidente, Federico Franco. Lugo chegou a instaurar um governo paralelo, para fiscalizar a nova gestão paraguaia.
A Agência Pública fez uma série especial sobre o processo que tirou Lugo do poder. Leia:
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Apenas dois dias depois da mudança de comando no governo, o país foi suspenso do bloco porque os países integrantes questionaram se a forma como se deu o processo não feria a democracia paraguaia.
Esta foi a primeira suspensão em 21 anos de história do Mercosul. Com ela, o novo governo paraguaio não pode participar das reuniões e decisões até as eleições presidenciais de abril de 2013, mas não sofrerá sanções econômicas.
Sob o entendimento de que o processo de impeachment ocorreu sem espaço para a ampla defesa do ex-presidente Fernando Lugo e rompeu a ordem democrática do país, o Paraguai também foi suspenso da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A Unasul argumenta que a realização de eleições democráticas e transparentes é condição fundamental para acabar com a suspensão do Paraguai do bloco, e a posição se mantém até hoje. No final de novembro, a Cúpula dos Chefes de Estado e Governo da Unasul, que ocorreu em Lima, no Peru, decidiu manter a suspensão do Paraguai. Os líderes concluíram que não houve fato novo que motivasse a revogação da medida.
A suspensão do Paraguai abriu uma brecha para que a Venezuela se tornasse membro-pleno do bloco. O Paraguai era o único que tinha posição contrária à integração dos venezuelanos, e com a sua ausência, a participação do novo país foi oficializada em 31 de julho, em uma cerimônia realizada em Brasília após seis anos de negociações. As adaptações para a participação venezuelana vêm sendo feitas desde então. Na última semana, o Brasil promulgou a adesão do país ao grupo e os chanceleres do Mercosul conseguiram fechar uma série de negociações para garantir que, em 5 de abril de 2013, a Venezuela terá atendido as principais exigências para ser integrada de forma plena ao bloco. Em 2013, o país deve, também, assumir a presidência temporária do Mercosul.
O bloco, com a entrada dos venezuelanos, passa a contar com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 3,32 trilhões, o que equivale a aproximadamente 82,2% do PIB sul-americano. A população soma 275 milhões de habitantes.
Em meio às reviravoltas, a Bolívia - que já era membro associado do Mercosul -, também aceitou se integrar ao bloco. No último dia 7, o presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou o protocolo de adesão. Esta, no entanto, foi a primeira etapa do processo, que costuma levar anos por envolver questões técnicas e jurídicas. A adesão do país comandado por Evo Morales foi um dos destaques do documento final da Cúpula de Estado dos Chefes de Estado do Mercosul, realizada no início de dezembro.
Relações comerciais
As trocas entre Brasil e Argentina passaram por alguns momentos de crise também neste ano. Em setembro, o país vizinho suspendeu a concessão de licenças de importações de cortes de carne suína brasileira. A suspensão terminou com a assinatura de um acordo, entre os dois países, no início de outubro. Com o consenso, as exportações foram restabelecidas sob a condição de que o Brasil deveria agilizar o processo de liberação para importações de maçã, pera e marmelo da Argentina.
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Relembre em fotos:
Simpatizantes de Fernando Lugo protestam no Paraguai contra o impeachment que tirou o presidente do poder
Fernando Lugo é deposto da presidência do Paraguai e em seu lugar assume o então vice-presidente, Federico Franco:
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