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Imagem: FERDINANDO RAMOS / ALLSPORTS

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Atual campeão, Rio Preto prega humildade e descarta favoritismo

Criado em 21/01/16 08h40 e atualizado em 22/01/16 10h58
Por Edgard Matsuki Fonte:Portal EBC

Quando a reportagem do Portal EBC entrou em contato com Doroteia Inojo, fundadora e diretora do Rio Preto, quem a auxiliou para lidar com ferramentas de informática foi Gabriela Arcanjo, jogadora da equipe que estava visitando-a naquele dia. A cena, quase inimaginável no meio do futebol, mostra um pouco da filosofia que levou a equipe ao título brasileiro feminino. Quase como um mantra, Doroteia afirma que prefere um time “humilde e simples” a uma equipe com estrelas.

Para defender o título deste ano, o Rio Preto optou por manter a base do ano passado e contratou pouco. De acordo com Doroteia, o time trouxe jogadoras de times como Tiradentes (que só conseguiu a vaga de última hora) e Kindermann (que não vai disputar o Brasileirão Feminino):

“A gente tinha uma lista imensa de meninas com nome, passagem por São Paulo, São José... mas a gente optou por ter um grupo mais simples e humilde”.

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A clima de simplicidade é tamanho que o Rio Preto não quer se colocar entre os favoritos do campeonato neste ano: “Ainda não somos favoritas e não trouxemos jogadoras de renome, com passagem na seleção, como o Corinthians e o Santos. Nós temos um grupo simples e creio que não somos cotados novamente para ser campeão. Mas a gente vai lutar para manter o grupo sempre unido como foi e tentar lutar novamente”.

Como principal contratação, o Rio Preto trouxe Adriana, a “maga”, que foi artilheira do Tiradentes na campanha do time piauiense no ano passado. A atacante tem uma missão difícil: substituir Darlene, que foi decisiva nas fases finais do Brasileirão do ano passado. Darlene, que é filha de Doroteia, deixou a seleção brasileira permanente para jogar no Changchun e não tem chances de ser selecionada no draft (quando as atletas que vestem a amarelinha reforçam times do brasileirão).

Assim como no futebol masculino, a China também desfalcou o campeão brasileiro feminino. “O contrato dela é de um ano, renovável por mais um. No ano passado, estava certo que ela iria jogar com a gente por ser a minha filha. Mas infelizmente não vamos poder contar com ela neste ano. Mas a gente entende porque ela tem 26 anos e tem que ver a parte financeira dela”, diz Doroteia.

Com isso, o elenco do Rio Preto para o campeonato deste ano é o seguinte: Goleiras: Jussaine Candido, Raissa do Amaral e Letícia Bussatto; Laterais: Adriana da Silva, Edilaine dos Santos, Monica Bitencout e Letícia Silva; Zagueiras: Ana Alice da Silva, Janicleide da Silva, Simeia Alves e Daiane Limeira; Volantes e meias: Elis Santos, Franciele Cupertino, Gabriela Lima, Jessica Ferreira, Letícia Amador, Mariana Machado, Milene Arruda e Letícia Seabra; Atacantes: Kamila Sotero, Suzana Agostini e Adriana Leal. O time estreia nesta quinta-feira (21) contra o Vasco.

Louros da vitória

Apesar de pregar humildade, é inegável que as coisas mudaram no Rio Preto após o título. Dentro da cidade, o Rio Preto “delas” já disputa popularidade com a equipe masculina. “As pessoas estão acompanhando mais o feminino, dando valor. A gente anda na rua e as pessoas brincam com a gente. ‘Ah, eu vou lá assistir o feminino, mas não vou assistir o masculino’. O preconceito está diminuindo”, afirma.

Financeiramente é que as coisas não mudaram muito. “Claro que a gente está tendo um apoio melhor dentro do Rio Preto. A nova diretoria passou a enxergar a nossa equipe com outros olhos. Tenta nos ajudar da melhor maneira possível. Mas vou te dizer que futebol feminino é muito complicado. Então tem mudado, uns 50%”, aponta Doroteia sem especificar o que seria “50%”.

Para além do prestígio pós-título, Doroteia ainda guarda lembranças da campanha de 2015. E quem pensa que o principal momento foi a decisão ou semifinais se engana. Veja o que ela diz sobre o ápice no Campeonato Brasileiro Feminino de 2015:

"Para mim, com certeza, o que mais me emocionou em toda a competição foi a partida contra o Flamengo [pela última rodada da segunda fase]. Talvez a pessoa possa falar, não foi a final. A final me emocionou muito, mas a maior emoção foi o jogo entre nós e o Flamengo. Lá 'dentro' do Flamengo [a partida foi disputada na Gávea, Rio de Janeiro].

Ali, nós precisávamos da classificação. Uma derrota classificava o Flamengo e um empate classificava a gente. E foi uma partida inesquecível das nossas jogadoras. Jogaram tudo que tinham que jogar, jogaram muito. E todo mundo sabe do potencial da equipe principal do Flamengo, que é da Marinha.

Foi um jogo muito forte, truncado até o último minuto e conseguimos fazer o gol praticamente acabando a partida e a gente corria o risco de levar um e ficar fora [O Rio Preto vencia por 2 a 1]. Mas acabando a partida, a Jéssica fez um gol [A partida terminou 3 a 1]. Para a gente, foi uma emoção muito grande ganhar delas lá dentro. Aquela emoção de correr o risco de levar um gol e acabar saindo fora da competição. Então para mim, o melhor momento foi o Rio Preto e Flamengo lá dentro."

Creative Commons - CC BY 3.0

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