Ao encerrar a reunião de cúpula da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, a presidenta Dilma Rousseff ressaltou o trabalho coletivo das delegações na construção do documento O Futuro Que Queremos. Segundo ela, os compromissos acordados entre líderes de mais de 193 nações é um marco no conjunto de resultados das conferências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Dilma afirmou que, aos resultados concretos da Rio+20, soma-se um “legado intangível”, que é a mobilização de uma nova geração no Brasil e no mundo, em torno dos desafios da sustentabilidade. “Assim como em 92, [a conferência] terá efeito transformador nas gerações atuais e futuras.”
A presidenta ainda cobrou que dos países empenho, agora, em colocar os compromissos assumidos em prática e avançar em relação às metas definidas na conferência. “Cada país pode e deve avançar em relação aos compromissos e ir além do documento. Porém, nenhum país tem direito de ficar aquém do documento”, disse. Dilma ainda acrescentou: “Iniciamos uma caminhada que deve ser orientada por ambição”.
Ao destacar os principais avanços acordados durante a conferência, Dilma agradeceu os esforços e o equilíbrio respeitosos entre os países para encontrar consensos e elogiou a disposição que os países mais pobres apresentaram durante os trabalhos. “Aplaudo em especial os países em desenvolvimento que assumiram compromissos concretos com o desenvolvimento sustentável, mesmo na ausência da necessária contrapartida prometida pelos países desenvolvidos”.
Segundo Dilma, o Brasil continuará fazendo sua parte na direção da agenda global de sustentabilidade. “Colocaremos US$ 6 milhões no Pnuma [Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente] e US$ 10 milhões no enfrentamento das mudanças do clima nos países mais vulneráveis da África e pequenas ilhas”.
A presidenta voltou a explicar que o documento da Rio+20 é um ponto de partida e não de chegada, como é considerada a convenção que ocorreu há duas décadas. E ressaltou que a Rio+20 não retrocedeu em relação aos compromissos assumidos nas conferências anteriores. Dilma ainda acrescentou que a Rio+20 provou que o multilateralismo é uma insubstituível expressão global da democracia. “É a via legitíma para a construção de soluções para problemas que afetam toda a sociedade. Cabe a nós dar efeito e concretude a tudo o que decidimos aqui. É hora de agir”.
O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, disse que o documento O Futuro Que Queremos fornece instrumentos necessários para que a conferência produza um legado duradouro. Zukang ressaltou que todos os líderes presentes devem ter orgulho do resultado “extraordinário” alcançado nos últimos dias, mas alertou que as nações precisam ser responsáveis na implementação desses compromissos.
“Vocês assinaram um quadro geral para ações que vão nos levar adiante. É hora de pegar esses compromissos e agir. Desenvolvimento sustentável é a única opção para a humanidade, para o nosso planeta compartilhado, para o nosso futuro”, disse.
O alerta sobre o cumprimento dos compromissos foi reforçado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que definiu a Rio+20 como uma conferência exitosa. “O documento adotado por consenso fornece firmes bases para a construção do bem-estar social, econômico e ambiental. Agora, é nossa responsabilidade desenvolvê-las”, disse.
Ao final da cerimônia, Ban Ki-moon entregou o martelo, símbolo da conferência, como um presente, uma lembrança da Rio+20 à presidenta Dilma, que foi anfitriã e coordenadora do evento.
Edição: Lana Cristina
Conheça o documento “O futuro que queremos” (versão em inglês)
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