Caminhos da Reportagem faz um mergulho na arte de Athos Bulcão
Arte que encanta, obras que inspiram. No mês em que se comemora o centenário de Athos Bulcão, o programa Caminhos da Reportagem conta a história de vida do arquiteto, escultor, pintor, desenhista e mosaicista. O artista tem obras espalhadas por igrejas, murais e monumentos principalmente de Brasília.
Caminhos da Reportagem vai ao ar na quinta (28), às 21h45, na TV Brasil, e traz entrevistas com pessoas que conviveram com Athos, entre eles, familiares, amigos e colegas de trabalho. Para eles, as características marcantes do artista foram humildade, inteligência, generosidade, elegância e bom humor.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1918, Athos foi amigo de alguns dos mais importantes artistas brasileiros modernos, como Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Enrico Bianco. Aos 21 anos, Athos Bulcão conheceu Cândido Portinari, com quem trabalhou como assistente no mural de São Francisco de Assis, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
No final dos anos 50, o artista fixou residência em Brasília, onde morreu em julho de 2008, aos 90 anos, devido a complicações do Mal de Parkinson. A sobrinha e afilhada, Maria Antonieta Bulcão Ferrari, relembra com carinho do tio. “Tudo o que o Athos ia fazer ele ia falar com o meu pai, porque os pais deles morreram muito cedo”.
Maria Antonieta conta que o tio desistiu do curso de medicina e foi morar na França. “Foi estudar artes. Era o que ele queria fazer”, conta. Athos mudou-se para a capital federal durante a sua construção, em 1958. “Ele se apaixonou pelo céu, pelas estrelas, por esse sossego e por esse silêncio que existia na cidade”, conta Valéria Cabral, secretária-executiva da Fundação Athos Bulcão e amiga do artista. Segundo ela, Athos dizia que foi um homem de sorte, porque teve toda a cidade à disposição para embelezar, criar, trabalhar, integrar a sua arte à arquitetura de Oscar Niemeyer.
Foi ao lado de Niemeyer, Lúcio Costa, Burle Marx e muitos outros que participaram da construção de Brasília, que Athos fez da nova cidade uma galeria de arte: são mais de 200 obras tombadas pela Secretaria de cultura do Distrito Federal e outras pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O trabalho de Athos Bulcão é marcado pela liberdade e, principalmente, por integrar arte e arquitetura. Para a composição dos painéis de azulejos Athos contava com a criatividade dos operários. “Esses painéis, ele deixava com os operários e dizia: 'deixe sempre um espaço, um azulejo branco, um silêncio e vocês vão combinando'”, conta o artista plástico e escritor Bené Fonteles.
Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Brasília
Para o artista plástico Alexandre Mancini, “é impressionante ver como Athos conseguiu criar soluções artísticas muito mais fáceis, mais democráticas. Ele inseriu a arte dele nos prédios, na rua. Ele conseguiu fazer com que a arte fosse algo do cotidiano de qualquer um”.
As obras de Athos estão espalhadas em diversas cidades do Brasil e também em outros países, entre eles Argentina, Índia e Argélia.
Serviço
Caminhos da Reportagem - quinta-feira, dia 28, às 21h45, na TV Brasil