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Amamentação: dicas, dúvidas e mitos
Criado em 15/10/14 11h08
e atualizado em 14/04/15 20h02
Por Adriana Franzin
Fonte:Portal EBC
Imediatamente depois da expectativa, ansiedade e euforia com a chegada do bebê, mãe e criança se deparam com um desafio: a amamentação. Pode ser que o processo se dê de forma tranquila e natural. Mas também pode não ser tão fácil assim. Consciente da importância da amamentação para a saúde física, mental e emocional do pequeno, a mãe busca apoio e, principalmente, informação.
Para ajudá-la nisso, o Portal EBC selecionou as principais matérias divulgadas sobre o assunto. Confira:
Quais são os benefícios da amamentação?
O leite materno é o alimento mais completo e nutritivo que existe. Ele salva vidas porque previne doenças e evita mortes por diarreia, infecção respiratória, bronquites e pneumonias, principais causas de óbito de bebês até seis meses. Previne, também, doenças futuras. Quem mama no peito tem menos chance de desenvolver asma, alergias, obesidade e diabetes quando adulto. O leite evita as cólicas dos bebês porque é o alimento adequado ao intestino ainda imaturo. Estudos mostram que a amamentação prolongada estimula a inteligência, além de promover um vínculo afetivo entre mãe e bebê, essencial para o desenvolvimento da inteligência emocional.
Leia também:
Especialista explica benefícios do leite materno [2]
Amamentação ajuda a prevenir a obesidade [3]
Aleitamento materno torna crianças menos agressivas [4]
Amamentação contribui para inteligência da criança, diz estudo [5]
Banco de leite mostra que amamentação traz benefícios para mães e bebês [6]
Semana Mundial da Amentação alerta para benefícios do leite materno [2]
Quais são os principais mitos relacionados à amamentação?
Há vários, segundo Mirian Santos, pediatra e coordenadora de Amamentação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. De acordo com ela, os principais são relacionados à crença de que a criança chora muito, não engorda ou não dorme bem porque o leite é fraco ou insuficiente. Outra crença é de que determinados alimentos aumentariam a produção de leite ou que o bebê deve mamar apenas até os seis meses.
Ouça a entrevista:
Pediatra esclarece mitos sobre a amamentação [7]
Veja também:
Fórmulas infantis não devem substituir amamentação [8]
Bancos de leite são casas de apoio à amamentação [9]
O que é amamentação exclusiva?
Amamentação exclusiva é oferecer apenas leite materno para o bebê até os seis meses de idade. De acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, o bebê não precisa de água, chás nem fórmulas (leite em pó) e não deve tomar leite de vaca. Isso por conta da imaturidade do organismo do bebê. Segundo Adolfo Lana, autor de "O Livro de Estímulo à Amamentação" (2001), tanto a água, quanto o chá são prejudiciais ao organismo dos pequenos, pois os rins não estão preparados para receber grandes volumes de líquidos, o excesso pode, inclusive, causar lesões. Além disso, complementos encheriam o estômago do bebê, impossibilitando sucção adequada no seio materno. Com a falta de estímulo, a produção hormonal cai, o leite diminui e há o desmame precoce.
Veja também:
Amamentação pode salvar 830 mil bebês por ano [10]
Leite materno é indispensável para a saúde do bebê [11]
Quais são as principais dificuldades de amamentar?
De acordo com Ana Luisa Issler Vaucher e Solânia Durman, nos primeiros dias, os recém-nascidos podem relutar em querer sugar o seio. No artigo Amamentação: crenças e mitos [12], elas afirmam que um dos motivos pode ser, simplesmente, a acomodação da nova rotina de mãe e filho. É normal, segundo elas, que a maioria dos bebês não mamem corretamente nas primeiras pegas. No documento Manejo e Promoção do Aleitamento Materno num Hospital Amigo da Criança (1993), a Unicef/OMS lista quatro motivos que dificultam a amamentação: empurrar a cabeça do bebê por trás, numa tentativa de fazê-lo pegar a aréola; a manipulação do bebê por estranhos (o que pode estressá-lo); oferta de bicos artificiais ou chupetas ao bebê, que confundem a sucção e a posição desconfortável para o bebê que impeça a correta pega do mamilo e aréola.
Outro fator que dificulta é a falta de contato imediatamente após o parto com o seio. É nesse momento-chave que os bebês estão dispostos a estabelecer a amamentação, estão com os sentidos voltados para a mãe e respondem melhor ao calor e ao cheiro. A mãe também está numa fase especial de liberação de hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite, segundo a tese de doutorado em Saúde Pública da ENSP de Tania Maria Brasil Esteves [13].
Além disso, a falta de informação por parte dos profissionais de saúde e de orientação às mães quanto aos problemas que podem surgir dificultam ainda mais a amamentação.
Leia também:
Falta de informação prejudica aleitamento materno [14]
Cesárea dificulta amamentação na primeira hora [15]
Estudo relaciona cesariana e não amamentação do bebê [13]
Pesquisa mundial sobre amamentação coloca brasileiras como mães mais culpadas [16]
Por que não devo dar chupetas ou mamadeiras?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria [17], os bicos, de forma geral, são prejudiciais por vários fatores:
- dificultam e reduzem o tempo de amamentação;
- provocam oclusão dentária (que leva à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais);
- prejuízos respiratórios importantes: expiração prolongada que reduz a saturação de oxigênio e a frequência respiratória; redução do espaço aéreo dos seios da face que provoca desvio do septo nasal;
- redução da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries;
- maior risco de irritações da orofaringe, laringe e pulmões; infecções de ouvido, rinites e amigdalites; candidíase oral (sapinho) e verminoses (já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada);
Leia também:
Campanha da Unicef recomenda não usar chupeta e mamadeira [18]
Bebês amamentados na primeira hora de vida têm menos chance de usar chupeta [19]
Por que não devo dar leite em pó?
Todos os rótulos de fórmulas para bebês contêm as frases de alerta: “O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois anos de idade ou mais” e “O Ministério da Saúde adverte: este produto não deve ser usado para alimentar crianças, salvo sob indicação expressa de médico ou nutricionista”. O alerta foi implementado pela resolução da Anvisa RDC 222 [20], publicada em agosto de 2002, em obediência ao Ministério da Saúde para apoiar o aleitamento materno no Brasil. Segundo a gerente de produtos especias da Anvisa, Antônia Aquino, as normas levam em consideração a importância da amamentação exclusiva nos seis primeiros meses de vida do bebê: "Antes de mais nada, os pais devem saber que a amamentação é uma prioridade e que as fórmulas infantis não devem ser usadas sem necessidade".
De acordo com a nutricionista Rosane Baldissera, consultora em amamentação em Porto Alegre, as fórmulas infantis contêm proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. No entanto, perdem em comparação ao leite materno, que além disso, tem os glóbulos vermelhos da mãe, hormônios, imunoglobulinas, células de defesa para o bebê e outros fatores de proteção.
Leia a entrevista completa:
Nutricionista tira dúvidas quando à amamentação prolongada [21]
Veja também:
Fórmulas infantis não devem substituir amamentação [8]
Amamentação: muito mais que alimentar a criança [22]
Primeiros mil dias: pediatra alerta para a importância do contato materno [23]
Campanha quer incentivar amamentação das crianças até os dois anos [24]
Onde procuro ajuda se não conseguir amamentar?
Os Bancos de Leite não são apenas espaços para receber as doações. Lá estão profissionais capacitados para tirar todas as dúvidas, orientar e ajudar a mulher, ensinar a pega correta, auxiliar a resolver problemas como rachaduras, mastites e qualquer outro tipo de dificuldade ou impedimento à amamentação. Procure o Banco de Leite mais próximo da sua residência [25].
Bancos de leite são casas de apoio à amamentação [9]
Saiba como funciona um banco de leite [26]
Leia ainda:
- Amamentação de gêmeos: como fazer? [27]
- Mães terão maior apoio no período da amamentação [28]
- Câmara proíbe trabalho insalubre durante gravidez e amamentação [29]
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- Campanha de doação de leite materno pretende aumentar 15% o número de doadoras [31]
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