Chega ao fim a Campus Party 2014

Criado em 02/02/14 02h55 e atualizado em 04/02/14 10h38
Por Luanda Lima Fonte:Portal EBC

Acabou neste sábado (1º) a sétima edição da Campus Party Brasil. O evento foi realizado no Anhembi, em São Paulo, e reuniu 8 mil participantes em mais de 500 horas de atividades. A despedida foi no Palco Principal e contou com uma competição de dança, entrega dos prêmios dos concursos realizados nos dias de Campus e a exibição de um vídeo com imagens recolhidas durante o evento.

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O goiano Sérgio Maia, de 22 anos, considerou a programação do evento mais fraca em 2014, na comparação o ano anterior. O rapaz, que é cadeirante, não encontrou problermas relativos a acessibilidade.

As amigas Ana Paula Gomes, Andressa Filgueiras, Carolina Cajazeira e Roselma de Oliveira, com idades entre 18 e 25 anos, vieram de Alagoinhas e Feira de Santana, na Bahia, para acampar no Anhembi. As jovens têm críticas a esta edição do evento. “Achei falha a questão da segurança”, disse Andressa. Já Ana Paula diz que preferiu a Campus de 2013. “Este ano foi mais desanimado e houve um agravante: o calor”. O último mês de janeiro foi o mais quente em São Paulo nos últimos 71 anos [3] e a ausência de ar condicionado no Anhembi agravou o desconforto dos campuseiros.

A experiência, mesmo assim, valeu a pena, dizem as participantes. Elas gostaram principalmente do conteúdo das palestras e oficinas. Ana Paula também elogiou o destaque dado aos empreendedores. "Achei muito boa a parte das startups".

Cobertura da EBC

Grande foco da CPBR7, o empreendedorismo foi a pauta escolhida pelos participantes da oficina de radiodocumentário [4] oferecida no lounge da EBC na Campus Party. O assunto foi ainda foco de um edital lançado pela ministra Marta Suplicy [5] na abertura do evento, voltado para empreendedores criativos.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também aproveitou a Campus para lançar um aplicativo [6] que vai agilizar pedidos de atendimento ao Samu. Um outro app reunirá a lista de medicamentos disponíveis no SUS.

A educação também marcou presença na programação da Campus. O internauta pôde conhecer um projeto que estimula o uso do celular na escola [7] e um site que "traduz" publicações acadêmicas [8]. Você descobriu ainda como os games podem ser usados em sala de aula [9], conheceu um projeto que leva a estudantes conceitos de robótica e software livre [10] e foi apresentado a outro que ensina programação a crianças [11].

Esse é um aprendizado bastante familiar na vida de Jorge Tinoco, de 13 anos, que é programador desde os nove. O rapaz falou ao Portal EBC sobre as dificuldades enfrentadas por jovens com altas habilidades nas escolas brasileiras [12].

A relação entre tecnologia e cidadania foi debatida na CPBR7 e resultou em matérias sobre o mapeamento das manifestações de junho de 2013 no Twitter [13] e maneiras de estimular uma maior presença das mulheres nas carreiras ligadas à tecnologia [14]. O Barco Hacker [15], que leva oficinas de tecnologia a comunidades ribeirinhas da Amazônia, foi outro tema levantado. Conheça também aplicativos que podem ajudar a melhorar a vida na sua cidade [16] e saiba mais sobre o projeto Brasil 4D [17], que leva serviços públicos a famílias de baixa renda por meio do controle remoto. 

Será que o Brasil já chegou a um ponto satisfatório quanto à transparência na administração pública? Confira a opinião de ativistas sobre a política de dados abertos no país [17]. Além do acompanhamento dessas informações, os cidadãos podem se apropriar de inovações tecnológicas para transformar a sociedade [18], como indicou o webativista Gil Giardelli. Amanda Sérvulo e Mariana Resegue, especialistas em financiamento coletivo voltado para causas sociais, deram cinco dicas para a elaboração de um projeto de crowdfunding de sucesso [19].

O Marco Civil da Internet - que tem o objetivo de regulamentar o uso da rede no Brasil - deve ser aprovado ainda em fevereiro [20], previu ao Portal EBC o deputado federal Paulo Teixeira. Um dos pontos regulados pela nova legislação promete ser a privacidade do usuário, ameaçada, por exemplo, pelo comércio de dados pessoais na web [21].

Quem nunca imaginou como seria fazer uma viagem ao espaço? Talvez essa possibilidade esteja mais perto do que se imagina: o turismo espacial deve crescer em 2015 [22], diz o brasileiro Pedro Henrique Dória Nehme. O uso da mente para controlar aparatos tecnológicos [23] também parece viável apenas em filmes de ficção, mas é outra realidade cada vez mais próxima.

Com mais de um milhão de seguidores no Facebook, 176 mil no Twitter e 200 mil no Google+, a Dilma Bolada, personagem fictício baseado na presidenta Dilma Rousseff, se tornou um fenômeno na web. Seu criador, Jeferson Monteiro, conversou com o público da Campus Party e bateu um papo com o Portal EBC. Na entrevista, o estudante revelou que Dilma Bolada pode ultrapassar os limites do mundo virtual e se tornar livro [24].

Grande parte da importância da Campus é pela integração de milhares de participantes de várias idades, muitos deles acampados no local do evento. O Portal EBC falou com alguns deles, que contaram como é a experiência de viver no camping da CPBR7 [25] e acampar com uma criança no local [26].

Atividades da EBC na Campus

Quem passou pela Campus Party este ano, pôde participar de palestras e oficinas promovidas pela Empresa Brasil de Comunicação. O lounge da EBC convidou o jornalista Luis Nassif para uma mesa-redonda com os campuseiros sobre as redes sociais e o advento de um novo país. Kamila Brito, da Casa da Cultura Digital do Pará, falou sobre as viagens do Barco Hacker [15], que leva webcidadania a comunidades ribeirinhas da Amazônia.

René Silva, que ficou famoso ao transmitir pelo Twitter a ocupação do Complexo Alemão pela polícia em 2010, conversou com o público sobre comunicação comunitária [27]. Já Amanda Sérvulo e Mariana Resegue, do site Juntos.com.vc, realizaram uma oficina sobre crowdfunding, estratégia também chamada de financiamento coletivo [19]. 

O espaço também ofereceu palestras sobre design responsivo, ferramentas opensource para gerir conteúdos em portais e a inserção da TI na criação e difusão de conteúdo. Os interessados em aprender sobre como é feita a produção audiovisual puseram a mão na massa em uma oficina sobre o tema, conduzidas pela equipe da TV Brasil. Os participantes do workshop de radiodocumentário produziram um material sobre empreendedorismo [4], disponibilizado ao público pela Radioagência Nacional.

No último sábado (1º), o Palco Michelangelo da Campus Party recebeu um debate sobre a produção audiovisual no Brasil [28]. O papo foi mediado por Ricardo Soares, diretor de Programação e Conteúdo da EBC, e contou com a presença de Mario Borgneth (Ministério da Cultura), Renato Nery (SP Cine) e Rodrigo Marcondes (coletivo Garapa).