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"Software livre é capaz de promover pequena revolução na economia", diz organizador do Fisl
Criado em 11/07/15 18h51
e atualizado em 13/07/15 10h52
Por Davi de Castro
Fonte:Portal EBC
Foram quatro dias e mais de 580 horas de programação intensa, com debates, paineis, oficinas, laboratórios e hackathons (maratonas hackers). As atividades do 16ª Fórum Internacional Software Livre (Fisl 16) chegaram ao fim neste sábado (11) e representaram um marco importante à trajetória do evento, que passou a direcionar seus esforços e discussões, a partir deste ano, à Cadeia Produtiva Nacional de Software Livre [2].
Sady Jacques, organizador do Fisl, avaliou que o orçamento mais enxuto dessa edição não prejudicou a qualidade das instalações e da programação. “Nesse momento de crise em que o Brasil vive, o software livre surge como oportunidade, pois tem um custo operacional menor e o retorno, tanto em robusteza quanto em qualidade técnica, é maior”, disse.
Para ele, o software livre [20] é capaz de promover uma pequena revolução na economia do país e, por isso, o Fisl se foca agora no estímulo à indústria nacional desses programas. “Acreditamos que com a participação de vários órgãos no evento, como a Presidência da República, podemos agendar esse debate no centro do governo e, com isso, ganhar destaque na sociedade também”.
Conheça os vencedores do hackathon da EBC no Fisl [21]
Sady revela que o tema da próxima edição, em 2016, é uma extensão da temática desse ano, pois vai girar em torno da internet das coisas [22], que é a possibilidade de conectar vários tipos de objetos do nosso dia a dia com a web. “A internet das coisas vai movimentar uma quantidade fabulosa de recursos. E precisamos que essa revolução aconteça no âmbito do software livre, o que irá fomentar a cadeira produtiva nacional”.
Em painel realizado na sexta-feira (10), o desenvolvedor Silvio Rhatto salientou que o Brasil precisa começar, de fato, a pensar em uma soberania computacional [22] e que isso não se deu até hoje não por falta de conhecimento especializado, mas de infraestrutura.
Educação e software livre
Pesquisadores, professores e ativistas realizaram uma série de palestras e oficinas durante o Fisl 16 sobre a necessidade de aproximação dos programas de código livre com os métodos e processos educacionais [23]. Isso porque, além do fator financeiro (a maioria dos programas são gratuitos), os softwares livres oferecem ferramentas [24] que possibilitam o protagonismo e estimulam cognição dos professores e alunos [25]. A ciência também pode encontrar mecanismos de emancipação do modelo de negócio editorial e uma horizontalização do conhecimento [26].
Novidades tecnológicas
Se tem tecnologia e software livre, criatividade e inovação não faltam. O Fisl 2015 foi palco de muitas novidades, como o laptop Novena [27], feito de hardwares e softwares livres, e o sensor feito com tecnologia livre [28] para medir poluição do ar em regiões críticas.
Debates
Questões de gênero e inclusão [29], segurança de dados [30], privacidade na rede [31] e um ano de Marco Civil da Internet [32] também movimentaram as discussões durante os quatro dias de evento. O riso também tomou conta do espaço com as tirinhas nerds [33] do desenvolvedor e cartunista André Noel sobre a vida de programador.
* A EBC participou da 16ª edição do Fisl como apoiadora do evento, que aconteceu entre 8 e 11 de julho em Porto Alegre.
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